Tati Weston-Webb é ouro nos Jogos Pan-Americanos de Santiago 2023. Foto: ISA / Pablo Franco

Em uma segunda-feira dramática no Chile, a brasileira Tati Weston-Webb garantiu a primeira medalha de ouro para o Brasil nas disputas de surfe dos Jogos Pan-Americanos de Santiago 2023. As finais aconteceram em condições extremas no pico de Punta de Lobos, em Pichilemu, com ondas que ultrapassavam os 3 metros nas séries.

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Antes da vitória de Tati, o Brasil vinha batendo na trave, com três medalhas de prata em baterias com resultados apertados e algumas viradas nos minutos finais, além do bronze com Carlos Bahia no Longboard masculino.

A primeira medalha do dia veio com Bahia, depois de perder para o chileno Rafael Cortéz. O brasileiro viu o adversário desequilibrar o duelo com uma nota 8.93 e ainda cometeu uma interferência no adversário, ficando longe da briga pelo ouro no Pan.

Carlos Bahia é bronze no Longboard masculino. Foto: ISA / Pablo Franco

Depois, foi a vez de Luiz Diniz travar uma batalha acirrada com o norte-americano Zane Schweitzer na final do SUP Surf masculino. O norte-americano já havia derrotado o brasileiro na última bateria qualificatória e novamente levou a melhor, desta vez com notas 8.50 e 7.50, contra 5.50 e 4.73 de Diniz.

O ouro chegou muito perto com Aline Adisaka no SUP Surf feminino. A brasileira liderou a bateria durante boa parte do tempo, mas a colombiana Isabella Gomez virou o placar com uma nota 5.33 nos minutos finais, vencendo por 7.93 a 7.04 e se tornando bicampeã pan-americana.

No Longboard masculino, o peruano Piccolo Clemente confirmou o favoritismo e venceu o chileno Rafael Cortéz na grande final por 12.16 a 10.37 pontos.

Luiz Diniz leva a medalha de prata no SUP Surf masculino. Foto: Heuler Andrey / Santiago 2023 via Photosport

Na sequência, a derrota mais dramática sofrida pelo Brasil nesta segunda-feira. Em um momento complicado do mar, a brasileira Chloé Calmon caminhava para garantir o bicampeonato do Pan com notas 3.47 e 3.17.

A peruana Maria Fernanda Reyes ainda não havia surfado nenhuma onda e ainda cometeu uma interferência em Chloé, ficando em situação complicadíssima em Punta de Lobos.

Reyes tinha muita dificuldade para conseguir surfar alguma onda e estava abaixo de Chloé, até que, nos minutos finais, uma onda despontou no outside e a brasileira deixou passar porque estava posicionada numa parte muito difícil para o drop.

Mais abaixo, a peruana viu a chance de ouro aparecer e não pensou duas vezes. Maria Fernanda Reyes foi para o tudo ou nada e deixou o clima dramático em Punta de Lobos.

Mesmo sem ainda ter surfado uma onda sequer, a peruana precisava de 6.67 para virar. Para desespero da torcida brasileira, a locução anunciou a nota 7.50 e Chloé passou a buscar outra onda para reverter a situação, mas ela não veio e a medalha de ouro ficou com Reyes, que havia perdido para a brasileira na final do Pan de Lima, no Peru.

Chloé Calmon sofre derrota dramática no Long feminino. Foto: Heuler Andrey / Santiago 2023 via Photosport

No Shortboard masculino, o peruano Lucca Mesinas e o venezuelano Francisco Bellorin travaram uma boa batalha pela vaga olímpica e o ouro no Pan.

Melhor para Lucca, que botou pressão no venezuelano com notas 7.33 e 5.83 nas duas primeiras ondas. Bellorin ainda tentou buscar a virada com um surf bem consistentes nas pesadas esquerdas de Punta de Lobos, mas encontrou as seções que precisava para arrancar mais pontos dos juízes e saiu da água com 5.43 e 3.67.

A outra vaga nas Olimpíadas ficou com a canadense Sanoa Olin, que decidiu a classificação com a costa-riquenha Leilani McGonagle antes mesmo da grande final do Pan, já que a outra finalista, Tatiana Weston-Webb, tinha vaga garantida pelo ranking da WSL.

Apontada com favorita, Leilani não se encontrou nas difíceis condições do mar e viu Sanoa vencer a batalha com 5.50 e 4.50, contra apenas 2.50 e 1.70 da costa-riquenha.

Sanoa Olin garante vaga histórica para o Canadá no surfe e fica com a prata na final com Tati Weston-Webb. Foto: ISA / Pablo Franco

Com a missão cumprida, Sanoa ainda tentou a medalha de ouro na final com Tatiana Weston-Webb. O duelo foi equilibrado e a canadense chegou a liderar com 5.30 e 4.83, mas a brasileira, que até então tinha 5.00 pontos na melhor onda, aplicou um golpe fatal ao arrancar 7.33 dos juízes.

Foi a segunda medalha de ouro de Tati Weston-Webb na temporada. Este ano, ela foi coroada campeã do ISA Games em La Bocana, El Salvador, no início de junho.

Nas provas de SUP Race, o Brasil ficou fora dos pódios. Entre os homens, o havaiano Connor Baxter confirmou o favorismo e garantiu o ouro para os Estados Unidos. O brasileiro David Leão foi o quarto, atrás ainda do peruano Itzel Delgado e do argentino Santino Basaldella.

No SUP Race feminino, a brasileira Lena Ribeiro foi em busca do bicampeonato do Pan, mas não teve o desempenho esperado e acabou em sexto lugar. Melhor para a norte-americana Candice Appleby, com Jennifer Kalmbach, da Costa Rica, em segundo, e a porto-riquenha Mariecarmen Rivera em terceiro.

Aline Adisaka é prata no SUP Surf feminino. Foto: Heuler Andrey / Santiago 2023 via Photosport

Resultados do surfe nos Jogos Pan-Americanos de Santiago 2023

Shortboard masculino

1 Lucca Mesinas (Per)
2 Francisco Bellorin (Ven)
3 Miguel Tudela (Per)

Shortboard feminino

1 Tatiana Weston-Webb (Bra)
2 Sanoa Olin (Can)
3 Leilani McGonagle (Cri)

Longboard masculino

1 Piccolo Clemente (Per)
2 Rafael Cortéz (Chi)
3 Carlos Bahia (Bra)

Longboard feminino

1 Maria Fernanda Reyes (Per)
2 Chloé Calmon (Bra)
3 Lia Reyes Dias (Cri)

SUP Surf Masculino

1 Zane Schweitzer (EUA)
2 Luiz Diniz (Bra)
3 Finn Spencer (Can)

SUP Surf Feminino

1 Isabella Gomez (Col)
2 Aline Adisaka (Bra)
3 Vania Torres (Per)

SUP Race masculino

1 Connor Baxter (EUA) 00:12:49,9
2 Itzel Delgado (Per) 00:13:25,2
3 Santino Basaldella (Arg) 00:13:59,4
4 David Leão (Bra) 00:15:19,2
5 Ricardo Avila (Pri) 00:15:51,8
6 Carlo Camacho (Crc) 00:17:42,9
7 Mike Darbyshire (Can) 00:19:53,9
8 Lukas Rodriguez (Uru) 00:20:11,6
9 José Ponce (Chi) 00:22:01,9
Edonays Caballero (Pan) – Desqualificado

SUP Race Feminino

1 Candice Appleby (EUA) 00:15:24,9
2 Jennifer Kalmbach (Crc) 00:15:47,8
3 Mariecarmen Rivera (Pri) 00:16:36,4
4 Sofia Finer (Mex) 00:17:28,3
5 Juliana Gonzalez (Arg) 00:18:14,6
6 Lena Ribeiro (Bra) 00:18:43,5
7 Giannisa Vecco (Per) 00:19:00,9
8 Stephanie Bodden (Pan) 00:19:56,0
9 Lina Augaitis (Can) 00:20:09,0
10 Carla Pérez (Chi) 00:20:50,1

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Krystian Kymerson perde em bateria com resultado divulgado a seu favor pela transmissão ao vivo do Pan. Foto: ISA / Pablo Franco

Uma falha na transmissão ao vivo dos Jogos Pan-Americanos de Santiago 2023 levou muitos torcedores brasileiros a comemorarem de forma equivocada a vitória do capixaba Krystian Kymerson na repescagem da categoria Shortboard do surfe em Punta de Lobos, Chile.

No fim da bateria, a transmissão oficial do evento chegou a mostrar Krystian como vencedor do confronto. Em seguida, a tela exibiu o placar como 10.43 a 9.83 para o brasileiro. Induzido pelo erro, o locutor do canal Time Brasil, que exibe as imagens geradas pelo Pan, vibrou com o resultado favorável para Krystian.

Em nosso perfil no Instagram, a AOS Mídia chegou a postar a vitória de Krystian e o horário da sua próxima bateria em Punta de Lobos.

Fomos pegos de surpresa mais de uma hora depois, quando checamos os resultados no site do Pan para saber quem seria o próximo adversário de Krystian.

Krystian disputou a prova por ter vencido o PASA Games no Panamá. Foto: Michael Tweddle

O cronograma exibia um confronto entre o peruano Lucca Mesinas (que enfrentou Krystian) e o havaiano naturalizado canadense Cody Young. Diante disso, entramos em contato com o nosso canal parceiro Duke Surf, que faz a cobertura in loco do evento. Fomos informados que muitos estavam comentando sobre erro e que Krystian Kymerson havia levado uma virada surpreendente quando faltavam dois segundos para o término.

Segundo uruguaio Pablo Zanocchi, diretor do Duke Surf, Lucca surfou uma onda intermediária. “Foi uma virada incrível. Ele (Lucca) pegou uma onda pequena, para o tamanho que tem hoje aqui. O início da onda foi bom, mas não consegui ver o fiinal dela. Fez 5.47”, explicou Zanocchi.

A imagem não foi exibida pela transmissão ao vivo. Com a nota, Lucca Mesinas acabou virando o placar e vencendo Krystian por 10.80 a 10.43. O brasileiro teve a melhor nota do confronto (7.50), mas não conseguiu trocar a segunda melhor nota (2.93). Se tivesse vencido o duelo, KK ficaria a apenas uma bateria de garantir uma medalha no Pan.

Até o momento, os atletas da equipe brasileira já garantiram um mínimo de cinco medalhas nas disputas de surfe. Depois dos longboarders Chloé Calmon e Carlos Bahia garantirem o pódio na última quarta-feira, Tatiana Weston-Webb (Shortboard), Luiz Diniz (SUP Surf) e Aline Adisaka (SUP Surf) fizeram bonito nesta sexta-feira e também garantiram no mínimo o bronze para o Brasil.

A equipe ainda pode ter mais atletas nos pódios do Pan de Santiago. Na segunda-feira, dia das finais do evento nas esquerdas de Punta de Lobos, o Brasil terá ainda David Leão e Lena Ribeiro nas provas de SUP Race. Vale ressaltar que Lena foi medalha de ouro na edição anterior do Pan, em Lima, Peru.

Tatiana Weston-Webb garante medalha no Pan do Chile e volta ao mar nesta sexta para tentar vaga na final. Foto: ISA / Pablo Jimenez

Os atletas da equipe brasileira já garantiram um mínimo de cinco medalhas nas disputas de surfe nos Jogos Pan-Americanos de Santiago 2023, no Chile. Depois dos longboarders Chloé Calmon e Carlos Bahia garantirem o pódio na última quarta-feira, Tatiana Weston-Webb (Shortboard), Luiz Diniz (SUP Surf) e Aline Adisaka (SUP Surf) fizeram bonito nesta sexta-feira e também garantiram no mínimo o bronze para o Brasil.

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A equipe ainda pode ter mais atletas nos pódios do Pan de Santiago. Na segunda-feira, dia das finais do evento nas esquerdas de Punta de Lobos, o Brasil terá ainda David Leão e Lena Ribeiro nas provas de SUP Race. Vale ressaltar que Lena foi medalha de ouro na edição anterior do Pan, em Lima, Peru.

Nesta sexta-feira, Tatiana Weston-Webb abriu as disputas para o Brasil com uma vitória emocionante contra a peruana Daniella Rosas. Tati fez uma nota 7.17 e demorou para encontrar outra onda, mas conseguiu a virada nos segundos finais com 4.87, totalizando 12.04 pontos, contra 10.50 da peruana.

Aline Adisaka também já tem no mínimo o bronze, mas quer o ouro. Foto: ISA / Pablo Franco

A brasileira volta para a água às 16:49h para encarar a costa-riquenha Leilani McGonagle, que bateu Silvana Lima na última quinta. Se derrotar Leilani, Tati estará na finalíssima e garantirá no mínimo a medalha de prata. Em caso de derrota para a costa-riquenha, terá uma uma nova chance de brigar pelo ouro na manhã da segunda-feira, diante da melhor colocada na repescagem. A perdedora desse confronto ficará com o bronze e a vencedora irá para a finalíssima.

Nas categorias de SUP Surf, Luiz Diniz e Aline Adisaka estão na mesma situação. Diniz derrotou o mexicano Felipe Rodriguez nesta sexta e Aline passou pela argentina Lucia Cosoleto. À tarde, os brasileiros enfrentam o norte-americano Zane Schweitzer e a colombiana Isabella Gomez Brady, respectivamente.

No Longboard, Carlos Bahia e Chloé Calmon voltam a entrar em cena nesta sexta. Bahia vai duelar com o peruano Benoit Clemente às 14:54h, e em seguida, Chloé faz a reedição da final do Pan de Lima com a peruana Maria Fernanda Reyes. Quem vencer irá para a finalíssima e quem perder terá uma nova chance de brigar pelo ouro na manhã da segunda-feira.

Ainda nesta sexta, o Brasil perdeu Krystian Kymerson de forma surpreendente. O brasileiro chegou a ser declarado vencedor da bateria pela transmissão ao vivo oficial do evento. Porém, o peruano Lucca Mesinas havia surfado uma onda faltando dois segundos para o término e a nota só foi divulgada depois. Lucca conseguiu a virada com 5.47 e o brasileiro deu adeus à competição.

Chloé Calmon caminha rumo ao bicampeonato do Pan. Foto: ISA / Pablo Franco

Previsão de ondas grandes

Um swell pesado está a caminho do sul do Chile neste fim de semana, mas o cronograma do surfe nos Jogos Pan-Americanos de Santiago foi modificado e não terá baterias durante o big swell em Punta de Lobos, pointbreak de esquerdas situado na cidade de Pichilemu, sul do Chile.

De acordo com a previsão das ondas, as esquerdas de Punta de Lobos devem começar a ganhar pressão a partir de sexta-feira (27), com ondas na faixa de 1,5 a 2 metros, subindo bastante no decorrer do fim de semana e podendo chegar aos 4 metros de altura no domingo.

Diante das condições extremas, a direção do Pan já modificou o cronograma e removeu os dias 28 e 29 (sábado e domingo), mantendo a segunda-feira (30) como dia das finais e ampliando o número de baterias nos primeiros dias da janela de espera.

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