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Austrália

Por dentro de North Narrabeen

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North Narrabeen, Austrália. Foto: WSL / Dunbar

Dando continuidade à perna australiana, a próxima etapa da primeira divisão da WSL acontecerá no pico de North Narrabeen, na cidade de Sydney, também no estado de New South Wales.

Nós, brasileiros, temos como referência mais recente de eventos em “North Narra” – como é mais conhecida pelos locais – os Mundiais da categoria Pro Junior, que durante muitos anos foram realizados no excelente beach break situado nas Northern Beaches de Sydney. Foi lá que Pablo Paulino conquistou o bicampeonato (2004 e 2007) e Adriano de Souza ergueu a taça em 2003.

Essa costa de New South Wales, em geral, e mais especificamente de Sydney, não é muito famosa para nós, brasileiros, já que o conteúdo que mais chega até as terras tupiniquins se refere muito mais a Bells, Gold Coast, Margaret River e até aos slabs da Tasmânia.

Mas, para a surpresa de muitos, esse pedaço de costa bem grande possui, sim, vários points de altíssima qualidade, e North Narra está entre eles.

North Narrabeen, Austrália. Foto: Márcio Silva

Visual de Narrabeen. Foto: Márcio Silva

 

É fácil explicar a posição geográfica do pico e como se comportam os swells dessa costa, pois é realmente muito similar ao que temos no Sul e Sudeste do Brasil.

O primeiro comparativo que podemos fazer logo de cara é que a geografia e ondulações em North Narrabeen se assemelham muito ao que acontece na Guarda do Embaú (SC).

North Narra também é uma boca de rio. Está certo que o South Creek (rio que desemboca bem colado às pedras do canto norte da praia) não é tão volumoso quanto o Rio da Madre, mas é sim um dos grandes responsáveis por moldar a bancada de areia, mesclada com as pedras do canto. Quanto mais volume de água, quanto mais amplitude de maré, mais fatores atuam na formação das ondas.

Outro ponto bastante similar é que North Narra também é um canto ao norte da praia, onde o vento e swell de sul não favorecem muito as condições das ondas, assim como acontece na Guarda.

North Narrabeen, Austrália. Foto: WSL, Dunbar

Segundo Alexandre Piza, a geografia e ondulações em North Narrabeen se assemelham muito ao que acontece na Guarda do Embaú (SC). Foto: WSL / Dunbar

 

Nordeste e leste são as melhores ondulações, entretanto, o swell de sudeste também é capaz de encaixar no pico, mas aí as direitas para dentro do canal tendem a ser bem boas e podem roubar a cena, inclusive com tubos espaçosos.

Os ventos ideais também se assemelham à maioria dos que vemos no Brasil, ou seja, em geral, tudo que for do quadrante oeste acaba sendo terral, mas um vento “nordestinho” fraco não estraga as ondas por lá, não.

A onda “famosa” mesmo de North Narra é a extensa esquerda que, dependendo do fundo e maré, é capaz de produzir paredes muito longas, linhas perfeitas, seções para soltar o pé nas manobras mesmo e, claro, tem tubo!

Outro fator excelente é que dá pra chegar ao fundo de cabelo seco, já que a força da correnteza do rio te joga direto ao outside, muitas vezes sequer sem dar uma braçada, e ainda admirando as pedras do canto no fundo do oceano. Trata-se realmente de um pico de extrema beleza e excelentes condições para o surf.

Damien Hardman, North Narrabeen, Austrália. Foto: WSL / Matt Dunbar

O lendário bicampeão mundial Damien Hardman em ação no quintal de casa. Foto: WSL / Matt Dunbar

 

A WSL deu uma tremenda bola dentro em colocar a etapa nesta época do ano, pois no outono é quando costumam entrar ondulações bem constantes, já que, assim como aqui no Brasil, as frente frias após o verão trazem ondulações fortes, mas normalmente de sul, que vão virando de direção gradualmente, até que fiquem de leste / nordeste.

Estatisticamente, abril é o mês que produz as melhores ondas em North Narrabeen, segundo o site Magic Sea Weed, onde a média mensal de tamanho das ondas é de 6 pés e 9 segundos de período, ou seja, a chance de o espetáculo ser bom é grande.

Por ser um pico de qualidade top, o fator crowd também é um pouco complicado, ainda mais que a “boa” entra quase sempre no mesmo lugar. Para quem é free surfer e quer chegar lá, tem que ser “na manha”, preferencialmente sem andar em grupo e sem falar português no meio do crowd (eles odeiam isso). Os australianos, em geral, são boa praça, mas quando se trata de surf, sabemos que o caldo dá uma engrossada, então todo cuidado é pouco.

North Narrabeen, Austrália. Foto: WSL

Visual de South Creek, rio que desemboca bem colado às pedras do canto norte da praia. Foto: WSL

 

Narrabeen é uma praia extensa, que vem da mesma faixa de areia de Collaroy. A Pittwater Road é a avenida maior que leva até o pico, onde podem ser encontradas várias lanchonetes, restaurantes e lojas de conveniência.

A Ocean Street é a rua que vai mais beirando a praia, onde também é possível encontrar algumas lanchonetes e cafés.

Não dá para dizer que é um pico com extrema infra de alimentação, mas dá pra se virar muito bem, sim.

A urbanização integrada com o ambiente costeiro é exemplo na Austrália. Vale observar cada detalhe e sonhar como seria bom se aqui no Brasil fosse assim também.

Vários picos de surf com excelente qualidade também ficam próximos. Podemos destacar Fairy Bower, Curl Curl, South Narrabeen, Newport e Avalon.

Vamos torcer para que dê altas ondas e que nosso campeão possa mostrar serviço em condições épicas!

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Austrália

Anne dos Santos faz bonito no QS em Burleigh Heads

Brasileira Anne dos Santos fica com a terceira colocação no QS 1.000 da WSL em Burleigh Heads, Austrália.

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Anne dos Santos é terceira colocada no QS 1.000 em Burleigh Heads, Austrália. Foto: WSL

Anne dos Santos é terceira colocada no QS 1.000 em Burleigh Heads, Austrália. Foto: WSL

A brasileira Anne dos Santos fez uma boa campanha no Gold Coast Open, QS 1.000 da World Surf League (WSL) disputado no pointbreak de Burleigh Heads, em Gold Coast, Austrália.

Anne chegou às semifinais e terminou em terceiro lugar na categoria feminina, vencida pela Nyxie Ryan, que chegou à decisão depois de eliminar a brasileira na semi.

Na grande final, Nyxie superou a compatriota Ellie Harrison por 13.50 a 11.70 pontos.

Entre os homens, a vitória ficou com o australiano Alister Reginato, que derrotou Cooper Davies por 14.83 a 12.43 na finalíssima.

É segunda final consecutiva de Reginato no QS regional da Austrália. No início do mês, o atleta foi o vice-campeão do QS 3.000 na piscina de ondas da URBNS Surf, em Melbourne, etapa vencida por Jarvis Earle.

A próxima etapa do QS regional da Austrália acontece nos próximos dias 22 e 23 de fevereiro, em Birubi Beach, Port Stephens, com 1.000 pontos em jogo nas categorias masculina e feminina.

Resultados do Gold Coast Open

Masculino

1 Alister Reginato (Aus)
2 Cooper Davies (Aus)
3 Maddy Job (Aus)
3 Joel Vaughan (Aus)

Feminino

1 Nyxie Ryan (Aus)
2 Ellie Harrison (Aus)
3 Anne dos Santos (Bra)
3 Rosie Smart (Aus)

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Austrália

Fábrica de pranchas de surfe pega fogo na Austrália

Fábrica de pranchas de surfe da Haydenshapes é destruída por incêndio em Mona Vale, Austrália.

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Fábrica de pranchas de surfe da Haydenshapes é destruída por incêndio em Mona Vale, Austrália. Foto: 7News Australia // YouTube

Fábrica de pranchas de surfe da Haydenshapes é destruída por incêndio em Mona Vale, Austrália. Foto: 7News Australia // YouTube

A fábrica de pranchas de surfe da Haydenshapes, em Mona Vale, foi destruída em um incêndio no sábado. Alimentado pelos materiais inflamáveis necessários na fabricação de pranchas de surfe, um incêndio repetino e intenso irrompeu rapidamente, ameaçando se espalhar para as empresas vizinhas.

Por volta das 16h no sábado, cerca de 18 caminhões de bombeiros foram chamados em resposta a relatos de um incêndio de médio porte na fábrica localizada na Tengah Crescent, em Mona Vale, subúrbio de Sydney, onde a fábrica da Haydenshapes está localizada.

Segundo o Northern Beaches Advocate, 70 bombeiros combateram as chamas por horas, usando plataformas elevatórias para apagar o fogo do alto. O incêndio finalmente foi controlado, e os bombeiros conseguiram evitar por pouco que o fogo se espalhasse para as empresas vizinhas.

Um trabalhador da fábrica da Haydenshapes foi levado ao hospital com cabelo chamuscado e queimaduras leves no pescoço e nos braços. Ele foi o único ferido relatado, com o restante das pessoas que estavam dentro do prédio sendo evacuadas com sucesso.

Devido aos possíveis gases tóxicos, os negócios dentro de um raio de 100 metros do incêndio foram temporariamente evacuados, e os moradores próximos foram avisados para fechar suas janelas a fim de evitar a entrada de fumaça. Após o controle do incêndio, equipes de materiais perigosos garantiram a segurança dos cilindros de gás ao lado do prédio e evitaram que o escoamento dos esforços de combate ao incêndio retornasse aos cursos d’água locais.

“Afetamos a parada da propagação do fogo para as propriedades vizinhas, o que foi um excelente resultado, pois não havia muita separação entre os edifícios”, disse um porta-voz do Corpo de Bombeiros e Resgate de Nova Gales do Sul.

A causa do incêndio ainda não foi determinada, e uma investigação está em andamento.

Fontes: Northern Beaches Advocate e The Inertia.

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Austrália

Brasileiro leva cobra píton para surfar e é multado na Austrália

Surfista brasileiro leva cobra píton para surfar e recebe multa acima de R$ 7 mil na cidade de Gold Coast, Austrália.

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Higor Fiuza leva cobra de estimação para surfar e recebe multa acima de R$ 7 mil na cidade de Gold Coast, Austrália. Fotos: Arquivo pessoal

Higor Fiuza leva cobra píton de estimação para surfar e recebe multa acima de R$ 7 mil na cidade de Gold Coast, Austrália. Fotos: Arquivo pessoal

Um free surfer brasileiro foi multado em 2.322 dólares australianos (pouco mais de R$ 7 mil) por surfar com sua cobra píton de estimação na cidade de Gold Coast, Austrália

O Departamento de Ambiente e Ciência de Queensland alegou que o réptil estava em perigo e que a sua licença foi violada, pois a cobra píton deveria ficar num ambiente fechado

Ainda segundo o Departamento, esses animais de estimação podem ter “stress desnecessário” e “comportamento imprevisível” quando estão em ambiente público.

 

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Em comunicado publicado pelo canal BBC, o Departamento explicou ainda que “as cobras são obviamente animais de sangue frio e, embora possam nadar, os répteis geralmente evitam a água. A píton teria achado a água extremamente fria e as únicas cobras que deveriam estar no oceano são as cobras marinhas”.

O free surfer Higor Fiuza também conversou com a BBC e revelou que a píton, apelidada de “Shiva”, adora água. “ Eu sempre levava à praia e ela adorava estar na água e nadar, por isso, um dia decidi levá-la para surfar e ela adorou”, contou Higor, que é baiano de Salvador.

“Normalmente, quando ela não gosta de alguma coisa, começa a fazer barulho, mas na água ela não faz, está sempre calma”, acrescentou o free surfer.

Multa justa ou exagerada? Deixe sua opinião.

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Bombando

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