Conecte-se conosco

Competições

Caitlin Simmers e Barron Mamiya vencem o Pipe Pro

Caitlin Simmers e Barron Mamiya brilham no Pipe Pro e saem na frente na corrida pelos títulos mundiais da WSL.

Publicado

em

Caitlin Simmers e Barron Mamiya são os novos campeões do Pipe Pro em Banzai Pipeline, Havaí. Foto: @WSL / Tony Heff

Caitlin Simmers e Barron Mamiya são os novos campeões do Pipe Pro em Banzai Pipeline, Havaí. Foto: @WSL / Tony Heff

O havaiano Barron Mamiya, 24 anos, e a jovem californiana Caitlin Simmers, 18, foram os campeões do Lexus Pipe Pro apresentado por YETI no Havaí e lideram os primeiros rankings da temporada 2024 do World Surf League (WSL) Championship Tour (CT). Ambos superaram os favoritos aos títulos nas finais no mar épico no sábado, com tubos passando dos 2 metros de altura em Pipeline e no Backdoor. Barron bateu o bicampeão mundial John John Florence, 31 anos, com uma nota 10 na decisão 100% havaiana em Pipeline, que não acontecia há 20 anos. Já Caitlin derrotou a australiana Molly Picklum, 21 anos, que tinha conseguido o primeiro 10 do CT 2024 num tubaço incrível em Backdoor nas semifinais.

“Essa onda é assustadora. Eu respeito todos que querem fazer parte disso e até quem não quer, porque é realmente assustador lá dentro”, disse Caitlin Simmers, que tinha festejado sua última vitória no Vivo Rio Pro em Saquarema no ano passado. “Nós, meninas, sempre temos que lutar com os homens para surfar aqui e quase não pegamos ondas. Então, espero que esse campeonato tenha mostrado que as mulheres também conseguem surfar esses tubos. A Molly (Picklum), na minha opinião, é a melhor surfista aqui e fazer uma final com sua amiga, é a coisa mais divertida do mundo”.

Tatiana Weston-Webb foi a primeira vítima da campeã no sábado em Pipeline. Foto: @WSL / Tony Heff

Tatiana Weston-Webb foi a primeira vítima da campeã no sábado em Pipeline. Foto: @WSL / Tony Heff

As brasileiras Tatiana Weston-Webb e Luana Silva ficaram nas quartas de final e começam a temporada empatadas em quinto lugar no ranking. Tatiana foi a primeira vítima da campeã, Caitlin Simmers, no sábado e Luana perdeu o confronto seguinte para a costa-ricense Brisa Hennessy. A segunda etapa do CT 2024 já começa na segunda-feira, com o bicampeão mundial Filipe Toledo defendendo o título do Hurley Pro Sunset Beach, conquistado na final com o californiano Griffin Colapinto no ano passado. Só que a lycra amarela de número 1 da WSL que o Filipe usou em Pipeline, será vestida por Barron Mamiya em Sunset Beach.

“Para quem vive no North Shore, este é o campeonato que você mais quer vencer”, destacou Barron Mamiya. “Conseguir finalmente ganhar aqui, com o John John (Florence) na final e tirar um 10, nem tenho palavras para descrever isso. Certamente, nunca esquecerei desse dia pelo resto da minha vida. Nem consigo acreditar que consegui 10 naquele tubo. Eu não seria quem sou, sem o John John), o Jamie (O´Brien), o tio D (Derek Ho). Eu vi esses caras surfarem minha vida toda, aprendi a surfar Pipeline vendo o John John, então dou todo crédito a ele pela maneira que eu surfo”.

Barron Mamiya fez o recorde de pontos nas direias do Backdoor nas semifinais. Foto: @WSL / Tony Heff

Barron Mamiya fez o recorde de pontos nas direias do Backdoor nas semifinais. Foto: @WSL / Tony Heff

O Lexus Pipe Pro apresentado por YETI foi encerrado com uma grande festa dos havaianos que lotaram a praia no sábado, para assistir ao show de tubos em Pipeline e no Backdoor. Nas semifinais, Barron Mamiya já se destacou, fazendo o maior somatório do campeonato, 18,84 pontos com notas 9,77 e 9,07, contra o australiano Connor O´Leary, que esse ano passou a defender o Japão no Circuito Mundial. Com a classificação, Barron confirmou uma final 100% havaiana em Pipeline, porque a segunda semifinal tinha dois havaianos, John John Florence e Ian Gentil.

Era apenas a quarta final havaiana em 43 anos de etapas valendo pontos para o título mundial disputadas em Banzai Pipeline. Isso não acontecia desde quando Jamie O´Brien derrotou Sunny Garcia no Pipe Masters de 2004. As outras duas decisões havaianas tinham sido em 1997, com Johnny Boy Gomes vencendo Michael Ho e a segunda em 2002, com Andy Irons ganhando do Shane Dorian. Agora, Barron Mamiya escreveu seu nome na história de forma espetacular, com um tubaço nota 10 em Pipeline para superar John John Florence por 16,00 a 15,33 pontos.

John John Florence e Barron Mamiya no quarto pódio 100% havaiano em Pipeline. Foto: @WSL / Tony Heff

John John Florence e Barron Mamiya no quarto pódio 100% havaiano em Pipeline. Foto: @WSL / Tony Heff

“Eu sinto que é um grande privilégio ter crescido aqui e surfado essa onda durante toda a minha vida”, disse John John Florence. “Foi incrível fazer a final com o Barron (Mamiya). Ele é um surfista muito bom e aquele 10 foi muito louco. Como adversário, você não quer ver isso, mas foi incrível ver ele completar aquele tubo. Estou me sentindo muito animado para competir esse ano, me diverti bastante nesse campeonato e já estou ansioso para a próxima bateria”.

DECISÃO HAVAIANA – O bicampeão mundial começou na frente, com nota 7,33 num tubo de frontsite nas direitas do Backdoor, contra 6,00 do Barron Mamiya em um mais rápido de backside nas esquerdas de Pipeline. Logo, entra uma série formando grandes tubos em Pipeline. John John pega o primeiro e sai limpo, mas o do Barron é maior, ele dropa atrasado despencando para dentro do tubo, some lá dentro, as placas vão caindo à sua frente e consegue sair depois da baforada, já vibrando com os braços para cima. A nota do John John sai 8,0 e a do Barron é 10 unânime dos cinco juízes.

Essas quatro ondas formaram o resultado do campeonato, pois depois veio uma calmaria e nenhum dos dois conseguiu aumentar suas notas. Foi a segunda vitória da carreira de Barron Mamiya em etapas do CT. A única tinha sido também no Havaí, em 2022 em Sunset Beach, que vai sediar o segundo desafio da temporada a partir de segunda-feira. O título valeu um prêmio de 80.000 dólares e 10.000 pontos na liderança do primeiro ranking da WSL em 2024, com John John em segundo lugar com 50.000 dólares e 7.800 pontos.

John John Florence fez a sua quarta final em etapas do CT em Pipeline. Foto: @WSL / Tony Heff

John John Florence fez a sua quarta final em etapas do CT em Pipeline. Foto: @WSL / Tony Heff

Enquanto Barron Mamiya decidia o título em Pipeline pela primeira vez, John John fez a quarta final em frente da sua casa. A primeira foi em 2013 e ele perdeu para Kelly Slater. A segunda em 2017 e terminou como vice-campeão de novo, contra o francês Jeremy Flores. A única vitória aconteceu em dezembro de 2020, derrotando Gabriel Medina no evento que abriu o CT 2021. Agora, ele era o favorito para vencer a sua primeira final havaiana em Pipeline, mas amargou a terceira derrota contra Barron Mamiya.

PRIMEIRA NOTA 10 – Na decisão feminina, a favorita também foi batida na grande final. A australiana Molly Picklum vinha fazendo os recordes das mulheres desde a sua estreia no Lexus Pipe Pro apresentado por YETI, sempre surfando altos tubos nas direitas do Backdoor. Na semifinal, venceu um duelo fantástico com a havaiana Bettylou Sakura Johnson, ganhando a primeira nota 10 do CT 2024 em um tubaço de backside nas esquerdas de Pipeline. No fim da bateria, Bettylou também fez um tubão precisando de 8,61 para vencer, mas a nota saiu 8,33 e Molly passou para a final por 15,60 a 15,33 pontos.

Já Caitlin Simmers começou o sábado decisivo fazendo um novo e definitivo recorde de 15,84 pontos na competição feminina do Lexus Pipe Pro. Ela já começou essa bateria contra Tatiana Weston-Webb nas quartas de final, surfando um tubaço em pé no Backdoor que valeu nota 9,17 e não deu qualquer chance para a brasileira. Na semifinal contra a costa-ricense Brisa Hennessy, entraram poucas ondas e a nota 6,67 do único tubo que surfou, foi suficiente para avançar para a grande final.

A decisão do título foi iniciada com a australiana Molly Picklum pegando um tubo incrível no Backdoor, ficando bem profundo entocada lá dentro e saindo em pé, já largando na frente com nota 9,27. Caitlin Simmers caiu no seu primeiro tubo, mas o segundo conseguiu controlar o balanço da onda também no Backdoor, sumir na cortina d´água e sair fazendo uma rasgada, para receber 8,83. Com essa nota, já assumiu a ponta e logo trocou 2,50 por 3,83, numa onda com duas manobras, sem tubo.

Caitlin Simmers se destacou surfando os tubos do Backdoor. Foto: @WSL / Tony Heff

Caitlin Simmers se destacou surfando os tubos do Backdoor. Foto: @WSL / Tony Heff

Molly Picklum ficou precisando de pouco para vencer, 3,39, então ficou tentando achar outro tubo. Só que rolou uma longa calmaria, as duas ficaram lado a lado esperando por ondas, o tempo foi passando e outra série entrou quando restavam 5 minutos para o término. A australiana tentou o tubo no Backdoor, mas ele fechou. Ela ainda teve mais uma chance no último minuto, porém não conseguiu completar o tubo de novo e a vitória de Caitlin Simmers foi confirmada por 12,66 a 10,64 pontos.

“Nós fomos abençoadas hoje (sábado) por surfar no melhor dia de ondas aqui em Pipeline e fazer a final com a Caity (Caitlin Simmers) foi incrível”, disse Molly Picklum. “Eu estava aproveitando cada momento e curtindo muito os tubos que consegui fazer. Aqui já está parecendo uma segunda casa para mim e agradeço aos moradores locais, que estão realmente encorajando as mulheres para surfar aqui, nos mostrando o melhor lugar para pegar as ondas neste lugar incrível”.

RESULTADOS DO ÚLTIMO DIA DO LEXUS PIPE PRO:
Campeão: Barron Mamiya (HAV) por 16,00 pts (10,0+6,00) – US$ 80.000 e 10.000 pts
2.o lugar: John John Florence (HAV) com 15,33 pts (8,00+7,33) – US$ 50.000 e 7.800 pts

SEMIFINAIS – 3.o lugar com US$ 32.000 e 6.085 pontos:
1.a: Barron Mamiya (HAV) 18,84 x 7,43 Connor O`Leary (JPN)
2.a John John Florence (HAV) 16,10 x 7,16 Ian Gentil (HAV)

QUARTAS DE FINAL – 5.o lugar com US$ 21.500 e 4.745 pontos:
1.a: Connor O`Leary (JPN) 11,50 x 2,73 Ethan Ewing (AUS)
2.a: Barron Mamiya (HAV) 14,50 x 4,33 Jordy Smith (AFR)
3.a: Ian Gentil (HAV) 12,00 x 7,67 Imaikalani deVault (HAV)
4.a: John John Florence (HAV) 13,67 x 10,33 Leonardo Fioravanti (ITA)

DECISÃO DO TÍTULO FEMININO:
Campeã: Caitlin Simmers (EUA) por 12,66 pts (8,83+3,83) – US$ 80.000 e 10.000 pts
2.o lugar: Molly Picklum (AUS) com 10,64 pts (9,27+1,37) – US$ 50.000 e 7.800 pts

SEMIFINAIS – 3.o lugar com US$ 32.000 e 6.085 pontos:
1.a: Caitlin Simmers (EUA) 7,67 x 2,84 Brisa Hennessy (CRC)
2.a: Molly PIcklum (AUS) 15,60 x 15,33 Bettylou Sakura Johnson (HAV)

QUARTAS DE FINAL – 5.o lugar com US$ 21.500 e 4.745 pontos:
1.a: Caitlin Simmers (EUA) 15,84 x 5,36 Tatiana Weston-Webb (BRA)
2.a: Brisa Hennessy (CRC) 4,00 x 0,97 Luana Silva (BRA)
3.a: Bettylou Sakura Johnson (HAV) 15,70 x 6,50 Caroline Marks (EUA)
4.a: Molly PIcklum (AUS) 12,50 x 6,63 Johanne Defay (FRA)

Continue Lendo
Clique para comentar

Deixe uma Resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Competições

As possíveis baterias do surfe em Paris 2024

Canal AOS Mídia simula relação de baterias dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 com base na lista de classificados e prováveis convidados.

Publicado

em

Gabriel Medina, Teahupoo, Tahiti. Foto: WSL / Poullenot

Com a vitória no ISA Games, Gabriel Medina será o cabeça de chave número 1 nos Jogos de Paris 2024. Foto: WSL / Poullenot

Não é oficial (é bom já deixar claro!). Com base no nosso feeling e na lista de atletas já classificados para Paris 2024, fizemos a relação de possíveis baterias dos Jogos em Teahupoo

Só para reforçar: como já informamos, o seeding será de acordo com a posição de cada atleta no ISA Games em Porto Rico

Como Gabriel Medina venceu a categoria masculina e Tati Weston-Webb foi a melhor elegível no Feminino (a campeã não está elegível), eles devem ser os cabeças de chave número 1 em Paris

Tatiana Weston-Webb, Teahupoo, Tahiti. Foto: WSL / Poullenot

Tatiana Weston-Webb será a cabeça de chave número 1 na categoria feminina, a menos que Sally Fitzgibbons substitua alguma atleta nas Olimpíadas. Foto: WSL / Poullenot

Imaginamos que o Japão indique Connor O´Leary para a vaga adicional masculina e que as vagas de universalidade fiquem com Bryan Perez, de El Salvador, e Candelaria Resano, da Nicarágua

Importante: em caso de alguma ausência ou de alguma nomeação diferente dessas que esperamos, as baterias podem sofrer muitas mudanças!

Agora, vamos à relação de confrontos e deixe seu comentário!

Masculino

1 Joan Duru (Fra), Jack Robinson (Aus) e Matthew McGillivray (Afr)
2 Kauli Vaast (Fra), Lucca Mesinas (Per) e Griffin Colapinto (EUA)
3 Ramai Boukhiam (Mar), Billy Stairmand (NZL) e João Chianca (Bra)
4 Gabriel Medina (Bra), Connor O´Leary (Jap) e Bryan Perez (ESA)
5 Alonso Correa (Per), Filipe Toledo (Bra) e Kanoa Igarashi (Jap)
6 Andy Criere (Esp), John John Florence (EUA) e Alan Cleland (Mex)
7 Rio Waida (Ind), Leo Fioravanti (Ita) e Reo Inaba (Jap)
8 Ethan Ewing (Aus), Tim Elter (Ale) e Jordy Smith (Afr)

Feminino

1 Sol Aguirre (Per), Janice Gonzalez-Etxabarri (Esp) e Vahine Fierro (Fra)
2 Nadia Erostarbe (Esp), Siqi Yang (Chi) e Candelaria Resano (Nic)
3 Johanne Defay (Fra), Molly Picklum (Aus) e Saffi Vette (NZL)
4 Tatiana Weston-Webb (Bra), Brisa Hennessy (CRI) e Caitlin Simmers (EUA)
5 Anat Lelior (Isr), Santa Olin (Can) e Luana Silva (Bra)
6 Tainá Hinckel (Bra), Camilla Kemp (Ale) e Tyler Wright (Aus)
7 Carissa Moore (EUA), Teresa Bonvalot (Por) e Sarah Baum (Afr)
8 Caroline Marks (EUA), Yolanda Sequeira (Por) e Shino Matsuda (Jap)

Atenção: É proibida a reprodução do conteúdo desta página e de qualquer meio de comunicação da AOS Mídia, sem autorização escrita da nossa empresa. 

 

View this post on Instagram

 

A post shared by AOS Mídia (@aosmidia_)

Continue Lendo

Competições

Gabriel Medina conquista vaga nas Olimpíadas de Paris

Gabriel Medina vence o ISA Games em Porto Rico de forma espetacular e garante vaga olímpica ‘aos 45 do segundo do tempo’.

Publicado

em

Por

BRA_Ath_Gabriel_Medina_Ath_Ph_Jersson_Barboza_Ph_04

Gabriel Medina conquista vaga olímpica aos ’45 do segundo tempo’, com vitória emocionante no ISA Games em Porto Rico. Foto: ISA / Jersson_Barboza.

Milhares de espectadores se alinharam à beira-mar de Arecibo para assistir a Gabriel Medina (BRA) e Sally Fitzgibbons (AUS) conquistarem a vitória nos Jogos Mundiais de Surfe (WSG) da ISA em 2024. As ondas de 4 a 6 pés atingindo a bancada de Rastrial proporcionaram um cenário emocionante para o dia das finais, que envolvia campeonatos mundiais por equipe, vagas olímpicas nacionais e medalhas de ouro individuais.

Ao longo de uma semana longa com condições variadas, nada impediu o imparável Gabriel Medina (BRA), tricampeão da WSL e campeão mundial júnior da ISA em 2010, que não cometeu um único erro durante todo o evento, vencendo convincentemente todas as baterias em que competiu. Sua vitória, junto com uma medalha de prata da campeã defensora Tatiana Weston-Webb (BRA), contribuiu para um triunfo triplo do Brasil, que levou para casa o campeonato mundial por equipes, bem como as duas vagas olímpicas individuais disponíveis para as equipes mais bem classificadas por gênero. O Brasil terá agora a maior equipe de surfistas nos Jogos Olímpicos de Paris em 2024, com três homens e três mulheres.

Sally Fitzgibbons (AUS) ampliou ainda mais seu próprio recorde como a surfista mais vitoriosa na história da ISA, conquistando sua quinta medalha de ouro sem precedentes (quatro nos Jogos Mundiais de Surfe da ISA e uma no Mundial Júnior da ISA). Mantendo-se na rodada principal até o dia das finais, a surfista de 33 anos caiu na repescagem na última etapa antes da grande final, surfando três baterias no dia, antes de atingir o ápice quando mais importava, destacando ainda mais seu nome nos livros de história e entregando à Austrália uma medalha de bronze por equipes no processo.

BRA_ath_Gold_Medal_ath_ph_Pablo_Jimenez_ph-2-1

Equipe brasilera leva título por equipes e fica com as duas vagas adicionais em jogo. Foto: Pablo Jimenez

O imparável Gabriel Medina (BRA) conquista sua primeira medalha de ouro nos Jogos Mundiais de Surfe e garante vaga olímpica para o Brasil

Com Yago Dora (BRA) sendo eliminado na primeira bateria do dia, Gabriel Medina (BRA) precisava de circunstâncias muito específicas para que o Brasil garantisse a vaga olímpica. Na final, isso se tornou ainda mais definitivo; ele precisava vencer, e Ramzi Boukhiam (MAR) precisava ficar em segundo. Qualquer outro cenário e a França ganharia a vaga.

As incríveis performances ao longo da semana dos companheiros de equipe franceses Joan Duru (FRA) e Kauli Vaast (FRA) levaram ambos à final, transformando-a em uma batalha entre surfistas “goofyfoot”. Medina não perdeu tempo em abrir a bateria com um enorme air reverse, finalizado com um ataque à seção final para uma nota de 9.00.

Vaast se manteve ocupado, embora só conseguisse encontrar notas intermediárias. Enquanto isso, Boukhiam utilizou seu surfe poderoso, registrando um 8.17, apoiado por um 7.17 para assumir a liderança na metade da bateria. A cinco minutos do fim, Medina havia conquistado uma apertada liderança, mas Vaast estava encontrando pontuações maiores, ameaçando Boukhiam em segundo lugar. No momento em que o cronômetro soou, no entanto, Medina aumentou sua pontuação total para conquistar a medalha de ouro.

Boukhiam permaneceu em segundo lugar, levando a medalha de prata, Vaast ficou logo atrás, em terceiro, para levar o bronze, Duru em quarto com o cobre, e a tempestade perfeita para o Brasil foi completa. Medina adiciona a medalha de ouro dos Jogos Mundiais de Surfe à medalha de ouro do Mundial Júnior da ISA que conquistou em 2010, aos 16 anos.

“Da maneira como aconteceu, fiquei muito emocionado”, disse Medina. “Porque no meio da bateria, eu estava pensando, talvez eu precise de outra nota, porque o Ramzi pegou duas ondas boas, e eu estava esperando por uma surpresa, sabe, uma surpresa de Deus, porque eu pensava que não tinha como o Kauli ou o Joan não ficarem em segundo. Mas eu estava tipo ‘não importa, eu tenho fé, Deus está guiando, então vamos lá, vamos nos divertir’. Então eu tentei me divertir na bateria, não me preocupar com os outros. Eu sabia da minha luta, não havia nada que eu pudesse fazer além de surfar.”

AUS_ath_Sally_Fitzgibbons_ath_ph_Pablo_Franco_ph_7547

Sally Fitzgibbons conquista sua quarta medalha de ouro no ISA Games. Foto: ISA / Pablo Franco.

Quarta medalha de ouro nos Jogos Mundiais de Surfe para Sally Fitzgibbons (AUS) a coloca em uma categoria própria

As quatro finalistas da categoria feminina tiveram a oportunidade de conquistar uma vaga olímpica para suas nações, embora seus cenários fossem muito mais complicados do que os dos homens. A campeã defensora, Tatiana Weston-Webb (BRA), a medalhista duas vezes, Johanne Defay (FRA), a atleta recentemente classificada para Paris 2024 Nadia Erostarbe (ESP) e a surfista mais vitoriosa na história da ISA, Sally Fitzgibbons (AUS), deram tudo de si, sabendo o que estava em jogo para elas e suas nações.

A intérprete mais consistente da semana, Defay, abriu com uma nota de 6.00, mantendo uma vantagem inicial, mas logo foi ultrapassada por um 6.77 de Weston-Webb, com uma forte combinação de duas manobras, antes de Fitzgibbons conquistar um 6.83 com sua surfagem dinâmica. Um segundo 6.00 de Defay a manteve na liderança, com Fitzgibbons e Weston-Webb inicialmente incapazes de complementar suas notas. Conforme a bateria avançava, Fitzgibbons encontrava um 6.27 para consolidar a liderança e conquistar sua inédita quarta medalha de ouro nos Jogos Mundiais de Surfe.

“Estou incrédula”, disse Fitzgibbons, também a medalhista de ouro do Mundial Júnior da ISA em 2007. “Esse tipo de onda me desafiou durante toda a semana, e eu sabia que precisava continuar me colocando no jogo e apenas tentar passar por todas aquelas baterias e chegar à final. Eu realmente tentei relaxar na minha surfada e procurar algumas dessas seções maiores porque são as mais divertidas, e uma surfada cheia de estilo iria ganhar essa final.”

Com Erostarbe incapaz de encontrar uma pontuação significativa, os resultados de Weston-Webb e Defay determinariam o vencedor do ranking feminino por equipe. Se Defay ficasse em primeiro lugar, a França levaria, se Weston-Webb ficasse em segundo ou terceiro, o Brasil levaria.

Fitzgibbons fez tudo ao seu alcance para conquistar a vaga para sua nação, mas no final estava fora de suas mãos, já que Weston-Webb conquistou a medalha de prata, entregando a vaga ao Brasil.

Defay ficou com a medalha de bronze, Erostarbe com o cobre. Weston-Webb estava radiante por completar o quadro e entregar ao Brasil um total de seis vagas olímpicas.

“Era nosso objetivo vir aqui e conquistar essas duas vagas, e conseguimos”, disse Weston-Webb. “A equipe esteve muito focada durante toda a semana, sempre nos apoiando, e é isso que o Brasil representa.”

O esforço de Fitzgibbons para garantir a vaga adicional para a Austrália, aproximando-os o máximo possível, foi um momento agridoce e orgulhoso.

“Dentro da minha história, tive muitos desses momentos de quase lá”, disse Fitzgibbons. “Eu tento realmente observar o que está acontecendo e fazer tudo o que posso. Ganhar essa medalha de ouro para o meu país, esse momento é agora, e isso é tudo o que eu poderia fazer no meu controle. Eu aprendi a lidar com essas situações e realmente ver a beleza nelas. Há decepção ali, mas do outro lado, eu simplesmente não poderia estar mais animada, e é nisso que me concentro.”

O Presidente da ISA, Fernando Aguerre, disse: “Que dia, semana e campeonato incríveis. Nunca esqueceremos Porto Rico, nunca esqueceremos estes melhores Jogos Mundiais de Surfe de todos os tempos. Voltamos para casa como embaixadores de Porto Rico. Nossa esperança é voltar. Parabéns a todos os atletas, a todas as delegações. Nos vemos em julho em Teahupo’o para os Jogos Olímpicos de Paris 2024.”

Resultados

Ranking por Equipes

Ouro – Brasil
Prata- França
Bronze – Austrália
Cobre – Espanha

Feminino

Ouro – Sally Fitzgibbons (AUS)
Prata – Tatiana Weston-Webb (BRA)
Bronze – Johanne Defay (FRA)
Cobre – Nadia Erostarbe (ESP)

Masculino

Ouro – Gabriel Medina (BRA)
Prata- Ramzi Boukhiam (MAR)
Bronze – Kauli Vaast (FRA)
Cobre – Joan Duru (FRA)

Nações com vagas olímpicas adicionais

2024 WSG

Feminino – Brasil
Masculino – Brasil

2022 WSG

Feminino – Estados Unidos
Masculino – Japão

Atletas classificados para Paris 2024 pelo ISA Games em Porto Rico

Feminino

Anat Lelior (ISR)
Camilla Kemp (ALE)
Janire Gonzalez-Extabarri (ESP)
Nadia Erostarbe (ESP)
Siqi Yang (CHN)
Sol Aguirre (PER)
Tainá Hinckel (BRA)
Yolanda Sequeira (POR)

Masculino

Alonso Correa (PER)
Andy Criere (ESP)
Joan Duru (FRA)
Ramzi Boukhiam (MAR)
Rio Waida (IND)
Tim Elter (ALE)

Atletas que já estavam classificados

Feminino

Classificadas pelo ISA Games 2023

Saffi Vette (NZL)
Sarah Baum (AFR)
Shino Matsuda (JAP)
Vahine Fierro (FRA)

Classificadas pelo Championship Tour 2023

Feminino

Brisa Hennessy (CRC)
Carissa Moore (EUA)
Caroline Marks (EUA)
Johanne Defay (FRA)
Molly Picklum (AUS)
Tatiana Weston-Webb (BRA)
Teresa Bonvalot (POR)
Tyler Wright (AUS)

Masculino

Classificados pelo ISA Games 2023

Alan Cleland Jr (MEX)
Billy Stairmand (NZL)
Kauli Vaast (FRA)
Reo Inaba (JAP)

Classificadas pelo Championship Tour 2023

Ethan Ewing (AUS)
Filipe Toledo (BRA)
Griffin Colapinto (EUA)
Jack Robinson (AUS)
João Chianca (BRA)
John John Florence (EUA)
Jordy Smith (AFR)
Matthew McGillivray (AFR)
Kanoa Igarashi (JAP)
Leonardo Fioravanti (ITA)

 

View this post on Instagram

 

A post shared by AOS Mídia (@aosmidia_)

Continue Lendo

Competições

Surfe brasileiro busca últimas vagas nas Olimpíadas de Paris

Gabriel Medina, Yago Dora, Luana Silva e Tainá Hinckel disputam ISA Games em Porto Rico em busca de vagas nas Olimpíadas.

Publicado

em

Gabriel Medina busca a classificação para as Olimpíadas de Paris 2024 através do ISA Games em Porto Rico. Foto: ISA

Gabriel Medina busca a classificação para as Olimpíadas de Paris 2024 através do ISA Games em Porto Rico. Foto: ISA

Chegou a hora da briga pelas últimas vagas do surfe nas Olimpíadas de Paris 2024. O ISA Games começa neste sábado, em Arecibo, Porto Rico, e a equipe brasileira já tem suas primeiras baterias definidas na prova.

O tradicional desfile das nações aconteceu na tarde desta sexta-feira (23). As d
isputas de surfe começam no sábado, a partir das 8:30h (Brasília), em dois picos diferentes. Os homens competem em Margara e as mulheres em El Pico.

A equipe brasileira terá Filipe Toledo, Gabriel Medina e Yago Dora na categoria masculina; Tati Weston-Webb, Luana Silva e Tainá Hinckel na feminina.

Filipe e Tati já estão classificados para as Olimpíadas em Teahupoo, assim como João Chianca. O Brasil briga por mais uma vaga na categoria masculina e por duas na feminina.

Para obter a terceira vaga entre os homens, o time brasileiro precisa ter a maior pontuação do gênero somando os resultados de Filipe, Medina e Yago. Em caso de êxito, a vaga ficará com Medina ou Yago (quem ficar na frente no ISA Games).

Já no Feminino, Luana e Tainá buscam a classificação para as Olimpíadas e até podem ir juntas com Tati. Elas precisam lutar por uma das oito vagas disponíveis para as mulheres em Porto Rico. As duas só poderão ir juntas para Teahupoo se o Brasil for o melhor país no ranking por equipes do gênero feminino, o que abriria uma vaga adicional para o País.

Caso as duas fiquem entre as primeiras colocadas em Porto Rico e o Brasil não seja a melhor equipe campeã, irá para Teahupoo quem terminar na frente no ISA Games.


Programação dos brasileiros no primeiro dia do ISA Games 2024 (horários de Brasília)

11:10h Gabriel Medina, Juan Carlos Ramos (ESA), Jose Lopex (VEN), Luke Prosa (BAH)
12:10h Tati Weston-Webb, Mia Calderon (PRI), Tiara vd Huls (HOL)
13:50h Yago Dora, Bryan Perez (ESA), Marco Giorgi (URU), Joey Gale (BAH)
15:10h Tainá Hinckel, Havanna Cabrero (PRI), Mirna Boelsma (HOL)
16:10h Luana Silva, Jolaris Carreras (PRI), Zoie Zietz (HOL)
16:30h Filipe Toledo, Manuel Selman (CHI), Keoni Lasa (VEN), Greyson Grant (SUE)

Continue Lendo

Bombando

Você não pode copiar conteúdos deste site.