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O surfe vai voltar na Ilha dos Lobos?

ICMBio deve iniciar estudos que podem liberar a prática do surfe na Ilha dos Lobos (RS), proibida há 20 anos.

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Ilha dos Lobos, Torres, Rio Grande do Sul, RS, Swell, Ondas Grandes. Foto: Luís Reis

Surfe pode voltar a ser liberado na Ilha dos Lobos, em Torres (RS), mas com restrições. Foto: Luís Reis

O ICMBio deve iniciar estudos que podem, finalmente, liberar a prática de esportes e a visitação à Ilha dos Lobos, em Torres (RS), única ilha marítima do Rio Grande do Sul. A área é protegida pelo Revis (Refúgio de Vida Silvestre da Ilha dos Lobos), uma unidade de conservação federal gerida pelo ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade).

O surfe e outras atividades foram proibidos há 20 anos, pelo fato de o lugar ser um refúgio para lobos e leões-marinhos, além de outras espécies como focas e elefantes-marinhos.

Situada a menos de 2 quilômetros da costa, a ilha é composta por uma área rochosa de cerca de 17 mil metros quadrados – o equivalente a um pouco mais de dois campos de futebol.

O surfe no local teria sido proibido depois que, em 2003, uma reportagem sobre uma expedição exibida pelo Fantástico, na Globo, deu início a uma grande procura pelas ondas na Ilha dos Lobos.

Órgão responsável por gerir a unidade de conservação naquela época, o Ibama acabou interditando a prática do surfe e demais atividades, devido à biodiversidade do local. Os animais seriam muito incomodados pelo grande fluxo de pessoas na área, principalmente com o uso de jet-skis nas sessões de surfe.

Ilha dos Lobos, Torres, Rio Grande do Sul, RS, Swell, Ondas Grandes. Foto: Luís Reis

Esquerdas tubulares gaúchas estão proibidas para a prática do esporte desde 2003. Foto: Luís Reis

O plano de manejo foi aprovado em abril deste ano pelo governo federal. A aprovação do plano, que irá estabelecer o zoneamento e as normas de uso de áreas de interesse ecológico, ocorreu depois de oito anos de espera a partir de uma ação movida em 2015 pelo Ministério Público Federal (MPF), que havia identificado uma demora na confecção do documento. Registrada como uma reserva ecológica na década de 80, a Ilha dos Lobos foi transformada em UC em 2005, ano em que o plano de manejo deveria ter sido publicado. São 18 anos de atraso.

“Em 2015, não tinha um plano de manejo. Na época, havia uma listagem de UCs que exigiam planos de manejo e, das 313 unidades, a Ilha dos Lobos estava em 301º lugar na classificação de prioridades. Identificamos que a situação exigia uma ação civil, ajuizamos, houve a possibilidade de acordo e o ICMBio se comprometeu a fazer esse plano de manejo”, disse o procurador André Casagrande, da Procuradoria da República no Município de Capão da Canoa, em entrevista ao GZH.

Apesar de o plano ter sido aprovado, ainda não há previsão para os estudos serem concluídos. Caso o surfe seja liberado um dia, será apenas para eventos específicos, com autorização prévia.

O SUP (stand-up paddle), o mergulho, o caiaque e o turismo de observação embarcada estarão em avaliação e podem ser liberados após os estudos que serão feitos pelo ICMBio, em parceria com a AST e o Gemars (Grupo de Estudos de Mamíferos Marinhos do Rio Grande do Sul).

Para quem não conhece a qualidade das ondas da Ilha dos Lobos, seguem algumas palavras do ex-Top da elite mundial Rodrigo Dornelles: “Não parece que você está no Brasil. Você fica em choque quando vê a onda, ela suga muito e dá um tubo enorme. A força da água impressiona e a vibe do lugar, aquela ilha, só um amontoado de pedra… É uma sensação muito boa”, contou o “Pedra”, como também é conhecido, ao repórter Marcello De Vico, da ECOA.

Rodrigo Dornelles é o presidente da Associação de Surf de Torres (AST), entidade responsável por fomentar o surfe no município de Torres e que está firmando uma parceria com o ICMBio para a realização dos estudos na Ilha dos Lobos.

Fontes: ECOA e GZH.

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Brasil

CBSurf Aloha Spirit Saquarema 2025 termina com grandes finais

CBSurf Aloha Spirit Saquarema 2025 revela os primeiros campeões brasileiros do ano nas categorias Master, Longboard e SUP Surf.

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Guilherme Herdy e Fabio Silva no pódio do CBSurf Aloha Spirit Saquarema 2025. Foto: @mclopesimagens

No último fim de semana foi encerrado com chave de ouro o CBSurf Aloha Spirit Saquarema 2025, o sexto e último dia de disputas da primeira etapa dos circuitos brasileiros das modalidades Master, Longboard e SUP Surf, organizados pela Confederação Brasileira de Surf (CBSurf).

Realizado na lendária praia de Itaúna, em Saquarema (RJ) — o “Maracanã do Surf” — o dia marcou a consagração dos primeiros campeões do ano nas categorias Master 40+, 50+ e 60+, Longboard Pro Masculino e Feminino, e SUP Surf Pro Masculino e Feminino.

Ao longo do dia, foram realizadas 19 baterias. Além das finais, entraram na água as fases 3 e semifinais das categorias Master 40+ e 50+, culminando em disputas emocionantes e altamente técnicas, celebrando o talento e a tradição do surfe nacional.

Marcio Farney vence a Master 40+

O cearense Marcio Farney confirmou seu bom momento e venceu a categoria Master 40+ com 10,63 pontos em uma final bastante equilibrada. Farney foi o destaque também no dia anterior, registrando a melhor nota e o maior somatório da categoria.

Final – Master 40+
1º Marcio Farney (CE) – 10,63 (3,73 + 6,90)
2º Angelino Santos (RJ) – 10,53 (6,03 + 4,50)
3º Jose Junior (RN) – 9,57 (6,17 + 3,40)
4º Claudio Freitas (RJ) – 6,67 (4,27 + 2,40)

Lenda viva: Fábio Silva vence a Master 50+

A final da categoria Master 50+ foi uma verdadeira celebração do surfe brasileiro, reunindo ídolos como Fábio Gouveia, Guilherme Herdy, Rogério Dantas e Fábio Silva. O cearense Fábio Silva brilhou com uma atuação consistente e venceu com 9,24 pontos.

Final – Master 50+
1º Fábio Silva (CE) – 9,24 (4,87 + 4,37)
2º Guilherme Herdy (RJ) – 7,53 (4,10 + 3,43)
3º Fábio Gouveia (PB) – 5,53 (3,00 + 2,53)
4º Rogério Dantas (CE) – 3,90 (2,23 + 1,67)

Rodolfo Lima domina a Master 60+

Na categoria Master 60+, o carioca Rodolfo Lima foi soberano. Com uma performance sólida durante toda a semana, ele confirmou o favoritismo e conquistou o título com 9,87 pontos.

Final – Master 60+
1º Rodolfo Lima (RJ) – 9,87 (6,50 + 3,37)
2º Marcelo Boscoli (RJ) – 6,10 (3,53 + 2,57)
3º Saulo Lyra (SC) – 4,40 (4,40 + 0,00)
4º Francisco Moura (RN) – 2,13 (1,93 + 0,20)

Chloé Calmon, CBSurf Aloha Spirit Saquarema 2025, mclopesimagens_ALOHASPIRITSAQUAREMA_22-03-2025-2754

Chloé Calmon domina a categoria Longboard Pro Feminino em Saquarema. Foto: @mclopesimagens

Chloé Calmon confirma favoritismo no Longboard Pro Feminino

Reconhecida internacionalmente, Chloé Calmon (RJ) venceu com 13,07 pontos, a maior pontuação entre todas as finais do dia. A jovem Luana Soares (SP) também se destacou com 10,23 pontos.

Final – Longboard Pro Feminino
1º Chloé Calmon (RJ) – 13,07 (7,10 + 5,97)
2º Luana Soares (SP) – 10,23 (6,00 + 4,23)

Alexandre Escobar leva o Longboard Pro Masculino

Alexandre Escobar (ES) mostrou regularidade e venceu a decisão do Longboard Pro Masculino com 12,00 pontos.

Final – Longboard Pro Masculino
1º Alexandre Escobar (ES) – 12,00 (7,00 + 5,00)
2º Leonardo Gimenes (SP) – 8,67 (4,17 + 4,50)

Kate Brandi supera atual campeã no SUP Surf Pro Feminino

Kate Brandi (SP) derrotou a campeã brasileira Aline Adisaka (SC) na decisão do SUP Surf Pro Feminino com 8,83 pontos.

Final – SUP Surf Pro Feminino
1º Kate Brandi (SP) – 8,83 (3,83 + 5,00)
2º Aline Adisaka (SC) – 6,07 (3,67 + 2,40)

Leco Salazar inicia defesa do título com vitória

Atual campeão brasileiro, Leco Salazar (SP) começou a temporada 2025 vencendo no SUP Surf Pro Masculino com 12,23 pontos contra Ian Vaz (RJ).

Final – SUP Surf Pro Masculino
1º Leco Salazar (SP) – 12,23 (7,50 + 4,73)
2º Ian Vaz (RJ) – 11,70 (5,83 + 5,87)

Leco Salazar CBSurf Aloha Spirit Saquarema 2025, corrohgomes.fotografo_19mar (444), Stand Up Paddle Surf, SUP

Leco Salazar vence a categoria SUP Surf Pro. Foto: @corrohgomes.fotografo

Outros campeões coroados no CBSurf Aloha Spirit Saquarema

  • Longboard Sub-18 Masculino: Daniel Batista (PE)
  • Longboard Sub-18 Feminino: Angelina Robles (RN)
  • Longboard 40+ Masculino: Robson Fraga (SE)
  • Longboard 50+ Masculino: Daniks Fischer (SP)
  • SUP Surf 40+ Masculino: Michel Jonas (SP)
  • SUP Surf Sub-18 Masculino: Pedro Veiga (BA)

Próxima etapa: Sergipe

A segunda etapa do circuito será realizada entre os dias 7 e 13 de abril, na Praia do Abaís, em Estância (SE). As expectativas são altas para mais um show de surfe.

O CBSurf Aloha Spirit Saquarema 2025 contou com patrocínio da Prefeitura Municipal de Saquarema, por meio da Secretaria de Esporte, Lazer e Turismo, copatrocínio da Aiwa e apoio da GOL, Speedo, Mormaii, Surfland, Nabil Esportes, Associação de Surf de Saquarema, FESERJ e Jeferson Silva Surfboards.

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Brasil

Lucas Haag e Maria Autuori são os campeões catarinenses profissionais

Lucas Haag e Maria Autuori são os campeões catarinenses de surfe profissional de 2024. Entenda como o Floripa Pro 2025 definiu os títulos.

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Lucas Haag é o novo campeão catarinense profissional. Foto: Fecasurf / Marcio David

O circuito catarinense profissional de surfe consagrou em 2024 dois novos campeões: Lucas Haag e Maria Autuori. Os títulos foram definidos durante a realização do Floripa Pro 2025, realizado na Praia da Joaquina, em Florianópolis. Apesar do nome do evento remeter ao ano seguinte, a etapa contou pontos para o encerramento da temporada 2024 da FECASURF (Federação Catarinense de Surf), além de abrir o ranking da temporada 2025.

Lucas Haag, jovem talento da Praia do Matadeiro, ergueu seu primeiro troféu estadual depois de chegar às quartas de final no Floripa Pro. Ele sucede José Francisco, bicampeão em 2022 e 2023. No feminino, a campeã Maria Autuori estava invicta na temporada anterior e mesmo sem competir na etapa da Joaquina, manteve a liderança no ranking e garantiu o título. Ela sucede Tainá Hinckel, tricampeã estadual entre 2021 e 2023.

Como está viajando e não pôde competir no Floripa Pro, Tainá Hinckel recebeu o seu troféu no pódio. Ambas são da Guarda do Embaú, então o título ficou em casa, mesmo com a amiga quebrando uma invencibilidade da Tainá, que vinha sendo campeã desde que a FECASURF incluiu a categoria feminina no Circuito Catarinense Profissional em 2021.

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Tainá Hinckel recebe troféu de campeã catarinense que será destinado à amiga Maria Autuori. Foto: Fecasurf / Marcio David

Além de definir os campeões estaduais, o Floripa Pro 2025 também premiou os vencedores da etapa: o paraibano radicado em Florianópolis, José Francisco, e a peruana Daniella Rosas. José superou na final masculina os catarinenses Mateus Herdy (2º), Matheus Navarro (3º) e Lucas Vicente (4º), somando 13,20 pontos contra 13,00 do vice-campeão. Já Daniella dominou a final feminina com 13,50 pontos, superando Tainá Hinckel (2ª), Isabelle Nalu (3ª) e Kiany Hyakutake (4ª).

Com o encerramento da temporada 2024, a FECASURF reforça sua posição como a organizadora do circuito estadual mais antigo e competitivo do Brasil. Desde 1980, o campeonato revela nomes que se destacam no cenário nacional e internacional.

A nova temporada já começou com grandes disputas e alto nível técnico, prometendo mais um ano de emoções para o surfe catarinense.

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Lucas Haag em ação na Joaquina. Foto: Fecasurf / Marcio David

Campeões catarinenses profissionais da FECASURF (desde 1980)

2024: Lucas Haag (SC) e Maria Autuori (SC)

2023: José Francisco (PB) e Tainá Hinckel (SC)

2022: José Francisco (PB) e Tainá Hinckel (SC)

2021: Mateus Herdy (SC) e Tainá Hinckel (SC)

2020: Ian Gouveia (PE)

2019: Luan Wood (SC)

2018: Uriel Sposaro (SC)

2017: Caetano Vargas (SC)

2016: Caetano Vargas (SC)

2015: André Moi (SC)

2014: Marco Giorgi (URU)

2013: Tomas Hermes (SC)

2012: Yuri Gonçalves (SC)

2011: Tiago Bianchini (SC)

2010: Tomas Hermes (SC)

2009: Tânio Barreto (AL)

2008: Marco Polo (SC)

2007: Marco Polo (SC)

2006: Diego Rosa (SC)

2005: Jean da Silva (SC)

2004: Diego Rosa (SC)

2003: Raphael Becker (SC)

2002: Neco Padaratz (SC)

2001: Fabio Carvalho (SC)

2000: James Santos (SC)

1999: Guga Arruda (SC)

1998: Teco Padaratz (SC)

1997: Luli Pereira (SC)

1996: James Santos (SC)

1995: Guga Arruda (SC)

1994: Junior Maciel (SC)

1993: Fabio Carvalho (SC)

1992: Carlos Santos (SC)

1991: não houve circuito

1990: Saulo Lyra (SC)

1989: Ivan Junkes (SC)

1988: Icaro Cavalheiro (SC)

1987: Ivan Junkes (SC)

1986: Luiz Neguinho (SC)

1985: Waldemar “Bilo” Wetter (SC)

1984: David Husadel (SC)

1983: David Husadel (SC)

1982: Picuruta Salazar (SP)

1981: David Husadel (SC)

1980: Roberto Lima (SC)

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Brasil

Floripa Pro consagra José Francisco e Daniella Rosas na Joaquina

José Francisco e Daniella Rosas vencem o Floripa Pro 2025 na Praia da Joaquina, em Florianópolis. Veja os resultados e ranking atualizado.

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José Francisco vence o Floripa Pro 2025 na praia da Joaquina. Foto: Fecasurf / Marcio David

O bicampeão catarinense José Francisco e a peruana Daniella Rosas conquistaram os títulos do Floripa Pro 2025 apresentado pela Layback e Prefeitura de Florianópolis na Praia da Joaquina. Na final, o paraibano que há muitos anos mora na Ilha de Santa Catarina, derrotou dois campeões sul-americanos, Mateus Herdy que ficou em segundo lugar e Lucas Vicente em quarto, além do Matheus Navarro em terceiro. Já a Daniella ganhou de três catarinenses e Tainá Hinckel largou na frente na busca pelo tetracampeonato estadual nos últimos segundos, deixando Isabelle Nalu em terceiro lugar e Kiany Hyakutake em quarto. A terça-feira foi mais um dia de boas ondas na Praia da Joaquina, para fechar quase uma semana completa de show de surfe em um dos principais palcos do esporte no Brasil.

A última decisão do Floripa Pro, envolveu três surfistas que vão representar o país no Challenger Series, circuito de acesso para a elite do World Surf League Championship Tour (CT). A lista dos 7 indicados pela WSL South America foi definida no domingo, com Lucas Vicente festejando o título de campeão sul-americano de 2024/2025, repetindo o feito do outro local da Joaca, Mateus Herdy, na temporada 2023/2024. Lucas e o Fininho, como José Francisco é conhecido, se classificaram pela primeira vez e já se preparam para estrear no Challenger Series, em junho em Newcastle, na Austrália. O paraibano usou os aéreos nas esquerdas da Joaca, para superar Mateus Herdy por 13,20 a 13,00 pontos. Matheus Navarro terminou em terceiro lugar com 12,80 e Lucas Vicente ficou em quarto com 11,73 pontos.

“Com certeza, o aéreo é a manobra que eu sempre treino, ainda mais com o ventinho Sul, ficou bom para voar”, disse o campeão, José Francisco. “E a bateria era animal, alto nível, então tinha que ir pra cima. Fiz o que precisava fazer, sem muito segredo e só deixei na mão de Deus mesmo. Fiz a minha parte e deu tudo certo. O nível desse campeonato foi muito alto, então é máximo respeito aos que já foram lá no Challenger Series e a minha hora chegou também, então vou dar meu máximo. Quero aproveitar esse momento para evoluir mais o meu surfe, estou sempre aberto a aprender, então é só coisas boas que vêm por aí”.

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Daniella Rosas brilha na Joaca e leva a melhor entre as mulheres. Foto: Fecasurf / Marcio David

José Francisco é um dos muitos surfistas de grande potencial, que estão sem um patrocinador principal. O prêmio máximo de 5.000 reais pela vitória no Floripa Pro, certamente foi importante para ajudar no alto custo da viagem para a Austrália: “Nossa, veio na hora certa. Eu não tenho patrocínio de bico (da prancha) e vivo praticamente de premiações dos campeonatos. Então, vencer ainda, é muito especial, vai ajudar muito”. Fininho também pode igualar um feito de mais de 40 anos atrás, do florianopolitano David Husadel, que em 1984 se tornou único surfista a conquistar três títulos de campeão catarinense profissional. José Francisco foi bicampeão em 2022 e 2023 e largou na frente no ranking de 2025.

Peruana campeã

A decisão feminina do Floripa Pro apresentado pela Layback e Prefeitura de Florianópolis também foi vencida por uma surfista que vai disputar o Challenger Series esse ano, a tricampeã sul-americana da WSL, Daniella Rosas. A peruana está fazendo um ano incrível, chegando nas finais dos quatro campeonatos que competiu em 2025. Começou com o bicampeonato em casa no QS 1000 de Señoritas no Peru, depois ganhou o WSL Taíba Pro no Ceará e foi vice-campeã no domingo, na final do WSL Layback Pro com Laura Raupp, recém-coroada campeã sul-americana da temporada 2024/2025.

“Na verdade, as condições ficaram muito difíceis hoje, mas estou muito feliz pela vitória”, disse Daniella Rosas. “No domingo eu perdi para a Laura (Raupp), acho que fiquei um pouco desconcentrada, não me encontrei na final. Mas agora consegui ser melhor, me sinto bem, surfando bem e fazer quatro finais me deixa muito feliz. Mesmo assim, é seguir treinando como sempre, foram quatro finais surfando de backside em esquerdas praticamente, então tenho que treinar bastante o frontside, que está meio feio (risos)”.

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Finalistas da categoria masculina. Foto: Fecasurf / Marcio David

Líder do ranking

A vitória da peruana comprovou o alto nível desta etapa de abertura do Circuito Catarinense Profissional. Surfistas do Peru, Argentina, Chile, Venezuela e Colômbia, competiram no Floripa Pro. Com Daniella Rosas dominando a decisão desde o início, com seu ataque fatal de backside nas esquerdas da Joaquina, a disputa para as outras finalistas, ficou pelo vice-campeonato, que valia a liderança no primeiro ranking estadual da FECASURF em 2025.

Kiany Hyakutake, que fez bons resultados no WSL Taíba Pro, terceiro lugar no QS 1000 e vice-campeã na final Pro Junior com Laura Raupp no Ceará, começou em segundo lugar. Depois, Isabelle Nalu passou a frente, mas nos últimos segundos, a surfista olímpica Tainá Hinckel, achou uma esquerda abrindo a parede para mandar dois ataques potentes de backside, que valeram nota 7,00. Com ela, a tricampeã catarinense de 2021/2022/2023 e campeã sul-americana da WSL na temporada 2023/2024, saltou do último para o segundo lugar e largou na frente na corrida pelo tetracampeonato.

“Estou muito feliz de, pelo menos, ter conseguido pegar aquela onda no final. Confesso que foi bem agoniante, porque não tive muitas oportunidades na bateria”, contou Tainá Hinckel. “Eu fiquei esperando pra ver se achava a onda certa e, realmente, não vinha nada. Pelo menos, fico feliz porque eu fiquei lá tentando, fazendo tudo o que estava ao meu alcance e não fluiu, não veio a vitória. Mas, estou feliz com minha performance, com meu surfe e é isso, bora pra próxima”.

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Lucas Haag é o novo campeão catarinense profissional. Foto: Fecasurf / Marcio David

Novos campeões catarinenses

Como a campeã catarinense do ano passado, Maria Autuori, está viajando e não pôde competir no Floripa Pro, Tainá Hinckel recebeu o seu troféu no pódio. Ambas são da Guarda do Embaú, então o título ficou em casa, mesmo com a amiga quebrando uma invencibilidade da Tainá, que vinha sendo campeã desde que a FECASURF incluiu a categoria feminina no Circuito Catarinense Profissional em 2021. Já o título masculino vem coroando campeões desde 1980, é o circuito estadual mais antigo do país e o jovem surfista da Praia do Matadeiro, Lucas Haag, recebeu o seu primeiro troféu.

O Floripa Pro apresentado pela Layback e pela Prefeitura de Florianópolis, através da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer, foi uma realização da Federação Catarinense de Surf e da Associação de Surf da Joaquina (ASJ). O Circuito Catarinense Profissional é o mais rico do Brasil, oferecendo R$ 50.000 para as categorias masculina e feminina e com igualdade na premiação. A vitória valeu os mesmos R$ 5.000 para o campeão José Francisco e para a campeã Daniella Rosas, sendo assim também para as outras colocações que recebem prêmios em dinheiro no campeonato.

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Tainá Hinckel recebe troféu de campeã catarinense que será destinado à amiga Maria Autuori. Foto: Fecasurf / Marcio David

Resultados finais do Floripa Pro 2025

Final masculina:

  1. José Francisco (PB) – 13,20 pts (6,63+6,57)

  2. Mateus Herdy (SC) – 13,00 (7,00+6,00)

  3. Matheus Navarro (SC) – 12,80 (6,50+6,30)

  4. Lucas Vicente (SC) – 11,73 (6,70+5,03)

Final feminina:

  1. Daniella Rosas (PER) – 13,50 pts (7,67+5,83)

  2. Tainá Hinckel (SC) – 11,27 (7,00+4,27)

  3. Isabelle Nalu (SC) – 9,00 (6,17+2,83)

  4. Kiany Hyakutake (SC) – 7,93 (4,30+3,63)


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Pódio feminino na Joaquina. Foto: Fecasurf / Marcio David

Ranking FECASURF após a primeira etapa

Top-10 masculino:

  1. José Francisco (PB) – 5.000 pts

  2. Mateus Herdy (SC) – 4.000

  3. Matheus Navarro (SC) – 3.250

  4. Lucas Vicente (SC) – 3.000

  5. Lucas Silveira (RJ) – 2.550

  6. Luan Wood (SC) – 2.250

  7. Leo Casal (SC) – 2.250

  8. Santiago Muniz (SC) – 1.800

  9. Ramiro Rubim (SC) – 1.800

  10. Lucas Haag (SC) – 1.700

  11. Caetano Vargas (SC) – 1.700

  12. Luiz Mendes (SC) – 1.700

  13. Gustavo Ramos (SC) – 1.700

Top-10 feminino:

  1. Tainá Hinckel (SC) – 4.000 pts

  2. Isabelle Nalu (SC) – 3.250

  3. Kiany Hyakutake (SC) – 3.000

  4. Valentina Zanoni (SC) – 2.550

  5. Potira Castaman (BA) – 2.250

  6. Laura Raupp (SC) – 1.800

  7. Kyara Antunes (SC) – 1.800

  8. Kauanny de Souza (SC) – 1.800

  9. Alma Corgiolu (ARG) – 1.800

  10. Ane Leite (SC) – 1.700

  11. Kaylane Antunes (SC) – 1.700

  12. Luiza Rosa Teixeira (SC) – 1.700

Campeões catarinenses profissionais da FECASURF (desde 1980)

2024: Lucas Haag (SC) e Maria Autuori (SC)

2023: José Francisco (PB) e Tainá Hinckel (SC)

2022: José Francisco (PB) e Tainá Hinckel (SC)

2021: Mateus Herdy (SC) e Tainá Hinckel (SC)

2020: Ian Gouveia (PE)

2019: Luan Wood (SC)

2018: Uriel Sposaro (SC)

2017: Caetano Vargas (SC)

2016: Caetano Vargas (SC)

2015: André Moi (SC)

2014: Marco Giorgi (URU)

2013: Tomas Hermes (SC)

2012: Yuri Gonçalves (SC)

2011: Tiago Bianchini (SC)

2010: Tomas Hermes (SC)

2009: Tânio Barreto (AL)

2008: Marco Polo (SC)

2007: Marco Polo (SC)

2006: Diego Rosa (SC)

2005: Jean da Silva (SC)

2004: Diego Rosa (SC)

2003: Raphael Becker (SC)

2002: Neco Padaratz (SC)

2001: Fabio Carvalho (SC)

2000: James Santos (SC)

1999: Guga Arruda (SC)

1998: Teco Padaratz (SC)

1997: Luli Pereira (SC)

1996: James Santos (SC)

1995: Guga Arruda (SC)

1994: Junior Maciel (SC)

1993: Fabio Carvalho (SC)

1992: Carlos Santos (SC)

1991: não houve circuito

1990: Saulo Lyra (SC)

1989: Ivan Junkes (SC)

1988: Icaro Cavalheiro (SC)

1987: Ivan Junkes (SC)

1986: Luiz Neguinho (SC)

1985: Waldemar “Bilo” Wetter (SC)

1984: David Husadel (SC)

1983: David Husadel (SC)

1982: Picuruta Salazar (SP)

1981: David Husadel (SC)

1980: Roberto Lima (SC)

Sobre o evento

O Floripa Pro foi realizado pela FECASURF e pela Associação de Surf da Joaquina (ASJ), com apoio da Prefeitura de Florianópolis. O evento ofereceu premiação igualitária para homens e mulheres, totalizando R$ 50.000.

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