Família e equipe de João Chianca se reúnem com Top da elite mundial em hospital depois do acidente no Backdoor de Pipeline, Havaí. Foto: @yunneskhader
Depois de alguns dias de muita expectativa sobre o estado de saúde de João Chianca, a família Chumbo divulgou a primeira imagem do Top da elite mundial e atleta olímpico depois do acidente sofrido em Pipeline, Havaí, no último domingo.
Em comunicado enviado para a imprensa, a família e a equipe do atleta agradeceram por toda a manifestação de apoio. “Gostaríamos de agradecer a todos pelas orações e votos de boa sorte. João está se recuperando e espera voltar à água em breve. Gostaríamos também de agradecer a todos os socorristas e pessoal médico do The Queen’s Medical Center que têm cuidado de João. A manifestação de apoio significa muito para nossa família”.
Em um dia com ondas pesadas no North Shore havaiano, Chianca acabou se acidentando no Backdoor e teve de ser socorrido por outros surfistas que estavam na areia, que em seguida receberam o suporte dos salva-vidas.
De acordo com o seis vezes campeão mundial Guilherme Tâmega, que trabalha na associação de salva-vidas do North Shore, o atleta saiu da água “apagado, mas com pulsação”.
Um outro salva-vidas chegou a iniciar um procedimento de reanimação, mas Tâmega contou que pediu para parar. “Quando há pulsação, o procedimento depois disso é virar o corpo e fazer o corpo expelir aquela água que entrou, sempre segurando a cabeça, pois pode ter ocorrido alguma lesão de espinha e toda precaução é importante nesse momento”, explica Guilherme Tâmega.
João passou por uma situação dramática depois de cair nesta onda, no Backdoor de Pipeline. Foto: Bruno Lemos / @Lemosimages
A partir daí, de acordo com o bodyboarder e salva-vidas, o atleta passou a reagir. “Aos poucos o João veio voltando, melhorando, saiu espuma, saiu, água, começou a combater a situação. Ainda bem que eu estava ali falando em português, e toda vez que ele ouvia a minha voz ele se tranquilizava”, continua Tâmega. “Ele continuou voltando e a ambulância chegou com os paramédicos. Quando colocamos na ambulância, ele já estava de olho aberto, respirando melhor, mais consciente”.
João Chianca segue em recuperação e ainda não se sabe quando terá alta hospitalar.
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Tour da WSL será reformulado e terá o retorno de Pipeline como palco da grande final. Foto: WSL / Brent Bielmann
A temporada 2026 vai marcar os 50 anos do surfe profissional e, para celebrar esse marco, a World Surf League (WSL) anunciou uma profunda reformulação no formato do Championship Tour (CT). O calendário passará a contar com 12 etapas, divididas entre temporada regular e pós-temporada, e o mundial voltará a ser decidido no lendário Pipe Masters, no Havaí.
A decisão de reinserir Pipeline como palco da grande final atende a um desejo antigo de fãs, atletas e da própria história do esporte. “Pipeline sempre teve um papel especial na história do surfe, e nossos fãs deixaram claro que querem ver os momentos mais importantes do esporte acontecerem ali”, afirmou Ryan Crosby, CEO da WSL.
Novo formato do CT
A temporada começará em abril e vai até dezembro, começando na Austrália e terminando no Havaí. As nove primeiras etapas compõem a temporada regular, da qual participarão 36 homens e 24 mulheres. Os surfistas levarão consigo os sete melhores resultados entre as nove etapas para a fase seguinte.
Ao fim dessa primeira fase, os 24 melhores homens e 16 melhores mulheres avançam para duas etapas classificatórias da pós-temporada: Abu Dhabi e Peniche. Em seguida, todos os surfistas do CT — inclusive os que não se classificaram — retornarão para disputar o Pipe Masters, que valerá 15.000 pontos, 1,5 vez mais que os eventos padrão.
A pontuação final será definida pela soma dos nove melhores resultados ao longo das 12 etapas. Isso significa que o título será decidido por consistência ao longo do ano e desempenho nas etapas decisivas, sem o formato Final 5 usado nos últimos anos.
Além disso, os oito melhores colocados no ranking antes de Pipeline terão vantagem competitiva no chaveamento da etapa final.
Etapa final passará a valer 15 mil pontos e terá participação de todos os atletas que ficarem depois do corte. Foto: WSL / Tony Heff
Calendário completo do CT 2026
Temporada regular
CT1 – Bells Beach (Victoria, Austrália)
CT2 – Margaret River (Austrália Ocidental, Austrália)
CT3 – Snapper Rocks (Queensland, Austrália)
CT4 – Punta Roca (El Salvador)
CT5 – Saquarema (Brasil)
CT6 – Jeffreys Bay (África do Sul)
CT7 – Teahupo’o (Taiti)
CT8 – Cloudbreak (Fiji)
CT9 – Lower Trestles (Califórnia, EUA)
Pós-temporada 10. CT10 – Surf Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos) 11. CT11 – Peniche (Portugal) 12. CT12 – Pipe Masters (Havaí, EUA) Observação: Todos os atletas do CT retornam para disputar o Pipe Masters, independentemente da classificação no ranking. Etapa decisiva com 15.000 pontos em jogo.
A partir de 2026, todas as baterias serão eliminatórias. Foto: WSL / Brent Bielmann
Mudanças adicionais no formato
Uma das mudanças mais relevantes é a eliminação das rodadas de não eliminação em todos os eventos do CT. Com isso, cada bateria passa a ser decisiva desde o início, elevando a tensão competitiva e abrindo mais espaço para baterias de impacto em condições ideais.
Outra novidade é a expansão da elite feminina, que passará a contar com 24 surfistas, em vez das 18 atuais. A medida amplia a representatividade global e oferece mais oportunidades para atletas mulheres no circuito principal.
A WSL também confirmou que o evento Pipe Masters passa a fazer parte oficial do Championship Tour, com os direitos da marca sendo transferidos pela Vans à liga. A empresa segue como parceira oficial de calçados e vestuário do evento.
Esclarecimento importante sobre o ranking e o corte
Embora os surfistas que forem cortados após a nona etapa fiquem fora das duas etapas da pós-temporada (Abu Dhabi e Peniche), todos retornam para disputar o Pipe Masters, inclusive aqueles que não passaram pelo corte.
Porém, apenas os classificados após o corte seguem na disputa pelo título mundial. Quem foi cortado pode participar de Pipeline, mas não estará matematicamente na briga pelo título.
Ainda assim, essa última etapa vale 15.000 pontos, e o desempenho em Pipeline pode ser decisivo para a classificação do atleta para o CT de 2027, já que o ranking final do ano será formado pela soma dos nove melhores resultados entre as 12 etapas do ano, e não apenas da temporada regular.
As etapas de Abu Dhabi e Peniche, por sua vez, ajudam a definir o posicionamento dos atletas que seguem na corrida pelo título, influenciando o chaveamento da grande final e a composição do Top 8, que terá vantagem no sorteio das baterias em Pipeline.
Qualificação segue inalterada
O sistema de qualificação para o CT permanece o mesmo: os surfistas continuam subindo por meio do sistema de três níveis, que começa pelo Qualifying Series (QS), passa pelo Challenger Series (CS) e culmina no acesso ao CT.
Mais informações sobre a qualificação e o calendário completo do CS devem ser divulgadas nos próximos meses.
A ISA e o Comitê Olímpico confirmaram Trestles, na Califórnia, como sede do surfe nos Jogos Olímpicos de 2028. Foto: ISA / Sean Evans
O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Los Angeles 2028 (LA28), em parceria com a International Surfing Association (ISA) e o Comitê Olímpico Internacional (COI), confirmou oficialmente que Trestles, na Califórnia, será o local da competição de surfe nos Jogos Olímpicos de 2028. A decisão encerra um processo de avaliação técnica e estratégica para garantir o melhor cenário competitivo para os atletas.
Localizada em San Clemente, Trestles é considerada uma das melhores ondas de alta performance do mundo. Reconhecida pela consistência, qualidade e valor simbólico para a comunidade do surfe, a praia tem um longo histórico como sede de eventos internacionais e campeonatos nacionais dos Estados Unidos.
O presidente da ISA, Fernando Aguerre, celebrou a escolha e reforçou a importância da decisão para a continuidade da presença do surfe nos Jogos:
“Após o sucesso incrível do surfe em Teahupo’o, e conversando com muitos dos principais atletas do mundo, sabíamos que qualquer solução para LA28 precisava envolver as melhores ondas de performance – e não há dúvidas de que esse lugar é Trestles.” “Agradecemos à equipe do LA28 e ao Comitê Olímpico Internacional por apoiarem as melhores condições possíveis para os atletas”, completou Aguerre.
Além do presidente, a atleta e presidente da Comissão de Atletas da ISA, Justine Dupont, também aprovou a escolha:
“Em nome dos surfistas e da nossa comissão, estou muito feliz com a decisão de levar o surfe olímpico para Trestles. Para nós, a qualidade e a consistência das ondas devem ser prioridade, e Trestles é a escolha certa.”
Com essa confirmação, Trestles se junta à lista de locais históricos do surfe olímpico, sucedendo Tsurigasaki Beach, no Japão (2021), e Teahupo’o, no Taiti (2024). A decisão reforça o compromisso da ISA e do COI em realizar as competições em picos icônicos e desafiadores, alinhados à evolução e ao prestígio da modalidade no cenário esportivo mundial.
O surfe faz parte da programação olímpica desde Tóquio 2020 e, com a escolha de Trestles, o esporte reafirma sua conexão com a juventude, a inovação e o espírito competitivo em alto nível.
A canadense Sanoa Dempfle-Olin e o peruano Lucca Mesinas saíram vitoriosos no Vans Jack’s Surfboards Pro apresentado pela 805, evento QS 4.000 válido pela temporada 2025/2026 da World Surf League (WSL). Em ondas pequenas e desafiadoras de 0,5 a 1 metro, ambos atletas conquistaram vitórias importantes que os colocam na liderança do ranking norte-americano do Qualifying Series.
Dempfle-Olin derrotou Ella McCaffray (EUA) na final feminina e conquistou seu segundo título na carreira. Já Mesinas confirmou o favoritismo com uma atuação dominante frente a Taro Watanabe (EUA), garantindo seu segundo título consecutivo no evento em Huntington Beach.
Sanoa Dempfle-Olin lidera ranking após vitória sólida na final
Recém-classificada para o Challenger Series 2025, Sanoa Dempfle-Olin vem se consolidando como uma das grandes promessas do surfe feminino. Com sua poderosa abordagem de backside, ela superou nomes fortes como Rubiana Brownell (CRC) nas quartas de final e a local Bailey Turner (EUA) na semifinal, antes de dominar a final contra McCaffray.
Com um somatório de 12.84 pontos, Dempfle-Olin assumiu o controle da bateria nos primeiros 10 minutos, destacando-se com uma nota 7.17. McCaffray, que precisava de uma nota quase perfeita (9.67), não teve oportunidades nas condições inconsistentes do mar.
“Ganhar um QS 4.000 logo no começo da temporada me dá muita confiança para o Challenger”, disse Dempfle-Olin. “Ter um começo rápido foi chave em todas as minhas baterias.”
Lucca Mesinas conquista título em reedição da final de 2024
Campeão regional norte-americano na temporada passada, Lucca Mesinas mostrou porque é um dos nomes mais experientes da competição. Ele repetiu a final do ano anterior contra Taro Watanabe e, mais uma vez, saiu com a vitória – desta vez com 13.04 pontos contra 12.93 do norte-americano.
A disputa foi apertada até o fim. Após Watanabe virar a bateria com um 6.93, Mesinas precisava de um 7.05. Apesar da tensão nos momentos finais, a vitória do peruano foi confirmada por decisão dividida dos juízes.
“Fiquei nervoso ali no fim, mas me sinto muito feliz por conquistar essa vitória novamente aqui em Huntington”, comemorou Mesinas.
No caminho até o título, o ex-CT superou Kolohe Andino nas quartas de final com um forte desempenho (14.17 pontos) e bateu Dimitri Poulos na semifinal.
Destaques adicionais: Ella McCaffray e Taro Watanabe somam pontos importantes
Ella McCaffray começou bem a temporada 2025/2026 com sua sétima final de QS, depois de eliminar Sara Freyre nas quartas e Lilie Kulber nas semifinais. Aos 21 anos, a surfista de Encinitas sonha com o retorno ao Challenger Series em 2026.
Já Taro Watanabe, de 22 anos, também inicia a temporada com confiança após garantir sua nona final de QS. Ele derrotou Taj Lindblad e Kade Matson antes de perder por margem mínima para Mesinas.
Fu Wax Air Show agita o evento com manobras aéreas
Entre as semifinais e finais, o Fu Wax Air Show, apresentado pela U.S. Air Force Special Warfare, trouxe momentos eletrizantes. Zoey Kaina, de apenas 14 anos, brilhou novamente ao conquistar seu segundo título consecutivo no evento. No masculino, Taj Lindblad levou a melhor sobre Nolan Rapoza com um aéreo impressionante.
Próxima etapa do QS norte-americano: Virginia Beach Pro
A temporada 2025/2026 do Qualifying Series na América do Norte segue com o Virginia Beach Pro QS 2.000, entre os dias 20 e 24 de agosto em Virginia Beach, Virgínia.
Final – Feminino 1: Sanoa Dempfle-Olin (CAN) 12.84 x 3.17 Ella McCaffray (EUA)
Final – Masculino 1: Lucca Mesinas (PER) 13.04 x 12.93 Taro Watanabe (EUA)
Semifinais – Feminino 1: Ella McCaffray (EUA) 11.07 x 10.50 Lilie Kulber (EUA) 2: Sanoa Dempfle-Olin (CAN) 8.57 x 7.53 Bailey Turner (EUA)
Quartas de final – Feminino 1: Ella McCaffray (EUA) 10.46 x 5.10 Sara Freyre (EUA) 2: Lilie Kulber (EUA) 12.30 x 11.20 Reid Van Wagoner (EUA) 3: Bailey Turner (EUA) 13.67 x 10.43 Chelsea Tuach (BAR) 4: Sanoa Dempfle-Olin (CAN) 12.76 x 8.60 Rubiana Brownell (CRC)
Quartas de final – Masculino 1: Kade Matson (EUA) 13.23 x 12.70 Jabe Swierkocki (EUA) 2: Taro Watanabe (EUA) 12.03 x 11.17 Taj Lindblad (EUA) 3: Lucca Mesinas (PER) 14.17 x 10.84 Kolohe Andino (EUA) 4: Dimitri Poulos (EUA) 14.40 x 13.10 Owen Moss (EUA)
Fu Wax Air Show – Vencedores Feminino: Zoey Kaina (EUA) Masculino: Taj Lindblad (EUA)