Você sabia que o tricampeão mundial Gabriel Medina já esteve em Marrocos?
Em 2020, o país africano foi um dos destinos escolhidos pelo fenômeno do surfe para a pré-temporada do Circuito Mundial da World Surf League (WSL), que acabou não acontecendo naquele ano devido à pandemia da Covid-19.
Gabriel viajou ao lado da família e encontrou também amigos como o português Francisco Alves e o franco-brasileiro Patrick Beven.
O objetivo da viagem foi fugir das festas do Carnaval no Brasil (e da escassez de ondas do verão) para treinar em um lugar com ótimas ondas e poucos surfistas na água.
Sobre Marrocos
Situado na costa ocidental do norte da África, Marrocos é um destino exótico, com influência de muitos cantos do mundo, combinando características do mundo árabe, berbere e europeu.
Além de fazer fronteira com duas cidades espanholas (Ceuta e Melilla), tem como vizinhos a Argélia e Mauritânia.
Sua costa é banhada pelo Oceano Atlântico, e as melhores praias para o surf ficam em Taghazout, Essaouira, Imsouane e Safi.
A melhor época para as ondulações vai de setembro a março.
O país costuma ser muito procurado por surfistas europeus, que fogem dos invernos frios em busca de sol, água morna e pointbreaks de alto nível.
Muitos picos são encontrados ao longo de toda a costa atlântica, de Tânger a Agadir. São muitos fundos rochosos misturados com areia e bancadas de corais, além de beach breaks. Há ondas para todos os níveis de surf.
Os picos mais famosos ficam ao norte de Agadir, em torno da vila de pescadores de Taghazout.
Vasco Ribeiro desabafa após ser impedido de competir no QS 3.000 da WSL no Marrocos poucas horas antes do evento. Foto: WSL / Masurel
O surfista português Vasco Ribeiro se viu no centro de uma grande polêmica após ser impedido de competir em uma etapa do QS 3.000 da WSL no Marrocos. A situação é consequência de uma suspensão de três anos imposta pelo Tribunal Arbitral do Esporte (CAS) depois que o atleta recusou um teste antidoping surpresa em abril de 2022.
De acordo com o site Dukesurf.com, o oficial antidoping apareceu na casa de Ribeiro sem aviso prévio, no dia 17 de abril de 2022, como parte dos testes randômicos aplicados aos atletas. O próprio surfista havia assinado, em janeiro do mesmo ano, um documento no qual aceitava ser parte desse programa. No entanto, ao ser surpreendido pela visita, Ribeiro recusou-se a fornecer a amostra.
Na noite anterior ao teste, segundo relato do surfista, ele havia ingerido álcool, maconha e cocaína. Conforme informado pelo The Inertia, Ribeiro estava ciente de que um resultado positivo poderia acarretar punição, mas ainda assim optou por seguir o conselho de seu treinador e não realizar o exame. O tribunal considerou que a recusa era uma infração mais grave do que um teste positivo, especialmente porque, caso tivesse realizado o exame e comprovado que a substância não foi usada para melhorar seu desempenho esportivo, a punição poderia ter sido de apenas três meses.
O oficial antidoping permaneceu na porta de sua casa por 33 minutos, advertindo sobre as consequências de não fornecer a amostra. No entanto, foi sua mãe quem deu a palavra final, informando que Vasco não faria o exame. Assim, o caso foi tratado como “recusa ao teste”, resultando na penalização.
A princípio, a pena máxima era de quatro anos, mas como Ribeiro demonstrou desconhecimento das regras e do impacto da recusa, o CAS reduziu a punição para três anos, com início em julho de 2023. Dessa forma, ele deveria ficar afastado das competições até julho de 2026. Entretanto, a WSL decidiu permitir seu retorno antecipado, o que gerou questionamentos.
Embora a WSL seja uma liga privada e independente, ela atua dentro da estrutura olímpica da ISA. Segundo o Dukesurf, eventos como o QS no Marrocos podem influenciar o caminho olímpico de um surfista. Se Ribeiro conseguisse uma vaga no CT e posteriormente nos Jogos Olímpicos de Los Angeles 2028, haveria a possibilidade de contestação do caso e questionamentos sobre a validade de sua classificação. A ISA não tomou nenhuma decisão direta sobre a punição, pois essa responsabilidade cabe exclusivamente às entidades antidoping.
O caso de Vasco Ribeiro destaca a importância de os atletas conhecerem as regras antidoping em profundidade e terem um bom assessoramento. Pequenos erros de julgamento podem ter consequências graves, afetando carreiras esportivas e futuras oportunidades. Para qualquer atleta de alto nível, estar bem informado e contar com um suporte adequado pode ser a diferença entre uma sanção leve e o afastamento do esporte por anos.
Uri Valadão vence a etapa do Mundial de Bodyboard 2025 no Marrocos com duas notas 10, virando a final contra Pierre-Louis Costes no último minuto. Foto: Divulgação
O Brasil segue forte no IBC World Tour 2025. No último sábado, Uri Valadão conquistou a primeira etapa do circuito mundial, realizada em Anza Beach, Agadir, Marrocos, com uma performance espetacular. O campeão mundial de 2008 brilhou ao longo de toda a competição e venceu a final contra Pierre-Louis Costes com uma nota 10 no último minuto, repetindo o feito do amigo e conterrâneo Gabriel Braga no ano passado, quando outro baiano virou a decisão da mesma etapa com uma nota máxima nos instantes finais.
Ainda pelo masculino, Eder Luciano chegou às quartas de final e terminou a competição na quinta colocação, após uma disputa equilibrada contra Pierre-Louis Costes. O brasileiro mostrou consistência ao longo do evento, mas não avançou para as semifinais.
Além disso, o Brasil teve um bom desempenho no feminino, com Maylla Venturin e Luna Hardman avançando até as quartas de final. Namika Yamashita, do Japão, foi a campeã, superando Alexandra Rinder, canária que agora representa a Áustria.
Uri dá um verdadeiro show na etapa marroquina. Foto: Divulgação IBC
Quartas de final masculino: batalha intensa rumo à decisão
As quartas de final foram marcadas por confrontos equilibrados e grandes performances.
Uri Valadão (BRA) 14.35 x Tristan Roberts (AFR) 13.60 Uri iniciou sua campanha nas fases finais superando o sul-africano Tristan Roberts em uma bateria muito disputada.
Chajri Badr Eddine (MAR) 14.75 x Armide Soliveres (ESP) 12.30 O marroquino Chajri Badr Eddine teve um ótimo desempenho e eliminou o campeão mundial Armide Soliveres, das Ilhas Canárias.
Pierre-Louis Costes (FRA) 13.50 x Eder Luciano (BRA) 12.75 O francês Pierre-Louis Costes garantiu vaga na semifinal ao superar o brasileiro Eder Luciano por uma pequena diferença de pontos.
Gabriel Braga (BRA) 14.50 x Joaquin Soto (CHI) 12.65 O campeão da etapa em 2024, Gabriel Braga, seguiu forte e eliminou o chileno Joaquin Soto, avançando para enfrentar Pierre-Louis Costes.
Campeão da etapa em 2024, Gabriel Braga fica em terceiro lugar desta vez no Mundial de Bodyboard em Anza, Marrocos. Foto: Divulgação IBC
Semifinal: Uri brilha e Gabriel Braga cai para o francês
Nas semifinais, Uri Valadão deu show contra Chajri Badr Eddine, marcando 18.00 pontos, incluindo uma nota 10 perfeita, eliminando o atleta marroquino, que somou apenas 3.90 pontos.
Na outra bateria, Pierre-Louis Costes venceu Gabriel Braga, deixando o brasileiro na terceira colocação e fora do sonho do bi consecutivo.
Mesmo sem repetir o título conquistado em 2024, Gabriel saiu satisfeito com sua performance e comemorou mais um pódio na elite do bodyboarding mundial.
“Estou muito feliz com esse resultado! Foi uma etapa desafiadora, com altas ondas e um nível de competição altíssimo. Conquistar um lugar no pódio logo no início do ano me dá ainda mais motivação para o restante do circuito. Quero agradecer a todos que torceram por mim e aos meus patrocinadores pelo suporte. Agora é focar nos próximos desafios e seguir evoluindo!”, declarou Gabriel.
Além disso, ele destacou a importância de começar o ano bem posicionado no ranking:
“Estar no pódio mais uma vez aqui no Marrocos é especial para mim. No ano passado, eu consegui vencer essa etapa com uma virada no último minuto, e desta vez fico feliz em manter uma boa regularidade. A temporada está só começando e esse resultado me dá ainda mais confiança para buscar meu melhor desempenho nas próximas etapas.”
Com esse resultado, Gabriel Braga já soma pontos importantes no ranking mundial e segue firme na briga pelo título da temporada.
Maylla Venturin é quinta colocada na categoria feminina. Foto: Divulgação IBC
Final: virada histórica de Uri Valadão contra Pierre-Louis Costes
A decisão colocou frente a frente Uri Valadão e Pierre-Louis Costes, dois campeões mundiais que já protagonizaram grandes duelos ao longo dos anos. O francês liderou a maior parte do confronto, com notas 8.25 e 7.90, somando 16.15 pontos.
Uri, que já havia feito uma nota 10 na semifinal, repetiu o feito nos segundos finais da final, garantindo a virada e o título com 17.40 pontos.
Após a vitória, bastante emocionado, Uri comemorou o feito histórico:
“Faltava pouco tempo e eu ainda precisava de uma onda para virar. De repente, um passarinho passou voando bem na minha frente e me mostrou a direção das ondas que estavam vindo. Naquele momento, senti que era um sinal. Eu remei para onde o pássaro indicou e veio a onda perfeita. Foi inacreditável! É um daqueles momentos que a gente sonha e trabalha duro para viver. Essa vitória tem um significado especial para mim, porque no ano passado eu fiquei em terceiro lugar aqui, e agora consegui subir ao lugar mais alto do pódio. Estou muito feliz e grato por mais essa conquista!”, contou Uri.
Com essa vitória, Uri Valadão assume a liderança do ranking do IBC World Tour 2025 e coloca o Brasil no topo da competição.
Com um início de temporada dominante, Uri Valadão entra forte na corrida pelo título mundial de 2025. O Brasil segue em alta no circuito e já mira as próximas etapas do IBC World Tour.
Uri Valadão comemora título em Anza. Foto: Divulgação IBC
A prancha do campeão
Uri Valadão fez questão de falar sobre o equipamento utilizado ao longo da prova. Segundo ele, a UV Boards, prancha da sua loja UV Store, foi essencial para a velocidade e o controle necessários para executar as manobras que garantiram o título.
“Essa conquista não foi só minha, foi também da equipe que está comigo e do equipamento que me permitiu dar o meu melhor. A UV Boards fez toda a diferença durante o evento, me proporcionando velocidade, controle e a confiança necessária para executar as manobras da melhor forma possível. Para vencer uma etapa do Mundial, cada detalhe conta, e ter um equipamento de alta performance foi fundamental. A UV Boards foi desenhada para o mais alto nível do bodyboard, e essa vitória é a prova disso!”
Eder Luciano fica em quinto. Foto: Divulgação IBC
Final feminina: Namika Yamashita supera Alexandra Rinder
Na categoria feminina, a japonesa Namika Yamashita venceu a decisão contra a experiente canária Alexandra Rinder, que agora representa a Áustria, por 11.50 a 8.75, garantindo o primeiro título da temporada no IBC World Tour 2025.
Brasileiras no evento: Maylla Venturin e Luna Hardman chegam às quartas de final
O Brasil também foi representado no feminino por Maylla Venturin e Luna Hardman, que chegaram às quartas de final, mas foram eliminadas.
Alexandra Rinder (AUT) 12.00 x Maylla Venturin (BRA) 8.75
Joana Schenker (PRT) 11.95 x Luna Hardman (BRA) 11.10
Apesar das eliminações, as brasileiras tiveram boas performances e demonstraram potencial para as próximas etapas do circuito.
Luna Hardman chega às quartas de final na categoria feminina. Foto: Divulgação IBC
Próximas etapas do IBC World Tour 2025
O IBC World Tour segue agora para novos desafios ao redor do mundo. Algumas das principais etapas da temporada incluem:
Iquique Bodyboard Pro Data: 11 a 23 de maio (datas a confirmar) Local: Iquique, Chile Categorias: Masculino Prime Series (6000 pontos), Feminino Prime Series (6000 pontos), Júnior Masculino Rising Series (qualifying) Premiação: 35.000 USD (Masculino/Feminino) / 10.000 USD (Júnior)
Itacoatiara Pro Data: 30 de maio a 8 de junho Local: Niterói, Brasil Categoria: Masculino Prime Series (6000 pontos) Premiação: 35.000 USD
Sintra Pro Data: 3 a 8 de setembro (datas a confirmar) Local: Sintra, Portugal Categorias: Masculino Rising Series (3000 pontos), Feminino Rising Series (1500 pontos) Premiação: 30.000 USD (Masculino) / 15.000 USD (Feminino)
Arcelormittal Wahine Bodyboard Pro Data: 27 de setembro a 5 de outubro (datas a confirmar) Local: Espírito Santo, Brasil Categorias: Feminino Prime Series (6000 pontos), Júnior Feminino Grand Final, Master Feminino Championship Premiação: 25.000 USD (Feminino) / 10.000 USD (Júnior/Master)
Gran Canaria Frontón King Data: 11 a 25 de outubro Local: Gran Canaria, Espanha Categorias: Masculino Prime Series (6000 pontos), Júnior Masculino Grand Final Premiação: 30.000 USD (Masculino) / 10.000 USD (Júnior)
Gabriel Braga é o defensor do título do Morocco Taghazout Bay no Mundial de Bodyboarding. Foto: Arquivo pessoal
O circuito mundial de bodyboarding tem início nesta semana com a etapa de Taghazout Bay, em Marrocos, e o Brasil chega forte para a disputa. O país será representado por grandes nomes nas categorias masculina e feminina, com destaque para Gabriel Braga e Uri Valadão, que foram os melhores brasileiros no ranking final de 2024, além de Maíra Viana, atual campeã mundial feminina, e Luna Hardman, bicampeã mundial Pro Junior e terceira colocada no ranking profissional feminino em 2024.
A competição acontece na icônica praia de Anza Beach, em Agadir, onde os principais bodyboarders do mundo encaram ondas com ótima qualidade para somar pontos valiosos no ranking. O evento faz parte da categoria Prime Series, a mais prestigiada do circuito, oferecendo a maior premiação e pontuação do tour.
Maíra Viana inicia sua campanha no Mundial buscando mais um grande resultado para o Brasil. Foto: Arquivo pessoal
Retrospecto de destaque
Na edição de 2024 da etapa marroquina, Gabriel Braga brilhou ao conquistar o título com uma atuação memorável, incluindo uma nota 10 na final. O atleta baiano superou o canário Armide Soliveres com um desempenho impecável, registrando notas 10 e 8.25. Já o conterrâneo Uri Valadão ficou muito perto de disputar uma final 100% brasileira, mas acabou parando na semifinal, terminando a competição na terceira colocação.
Na categoria feminina, o Brasil teve um ano histórico. Maíra Viana sagrou-se campeã mundial de bodyboarding em 2024, colocando seu nome na galeria de grandes atletas do esporte. Além dela, Luna Hardman também brilhou, conquistando o título mundial na categoria júnior e garantindo o terceiro lugar no ranking feminino. Maylla Venturin e Neymara Carvalho também fecharam o ano no Top 10 mundial, reforçando a força do Brasil no circuito.
Bicampeã mundial Pro Junior e terceira colocada no circuito feminino em 2024, Luna Hardman chega a Marrocos pronta para brilhar. Foto: Divulgação IBC
Expectativas para 2025
Com o histórico positivo em Taghazout Bay e a motivação para iniciar bem a nova temporada, os brasileiros entram na disputa como fortes candidatos a mais um grande resultado. A etapa promete desafios intensos, com previsão de boas condições para a execução de manobras aéreas e tubos profundos, cenário ideal para que os atletas nacionais mostrem todo o seu talento.
Representantes do Brasil no evento
O Brasil terá uma forte delegação na etapa de Marrocos. No masculino, além de Gabriel Braga e Uri Valadão, Eder Luciano e Isaias Ravyc também buscarão bons resultados na competição.
No feminino, o país contará com grandes nomes na disputa. A campeã mundial Maíra Viana, Luna Hardman, Maylla Venturin, Neymara Carvalho, Francis Aoto, Bianca Simões e Clara Pontes entram na briga por um bom resultado em Taghazout Bay.
Uri Valadão estreia no Mundial em busca de mais um grande desempenho em Taghazout Bay. Foto: Divulgação
Baterias dos brasileiros no Mundial de Bodyboarding em Marrocos
Masculino
Round 4
Heat 1: Eder Luciano (BRA), Tristan Roberts (ZAF), Boulahia Hassan (MAR), Zidane Ait El Hachemi (MAR)
Heat 3: Luna Hardman (BRA), Neymara Carvalho (BRA)
Fique ligado nas performances dos brasileiros e acompanhe os próximos dias de competição para saber se teremos mais uma campanha histórica para o bodyboarding nacional!