Deivid Silva derrota Dylan Moffat e vai às quartas de final do Challenger em Ericeira. Foto: WSL / Poullenot
Com um backside afiado, o brasileiro Deivid Silva voltou a fazer bonito nas direitas de Ribeira D’Ilhas e está classificado às quartas de final da etapa do Challenger Series em Ericeira, Portugal.
Nesta sexta-feira, novamente com ondas muito pequenas na costa lusitana, a World Surf League (WSL) fez uma série de chamadas até finalmente colocar as baterias na água. Por volta das 13:05h no horário local, a direção de prova mandou para a água os duelos pendentes das oitavas de final da categoria feminina.
Em seguida, a Liga deu início às oitavas de final da categoria masculina, com Deivid Silva abrindo as batalhas diante do australiano Dylan Moffat. O brasileiro ditou o ritmo no outside e não aliviou nas direitas de Ribeira D’Ilhas, arrancando notas 8.10 e 7.40 dos juízes nas pequenas ondas.
Dylan chegou a reagir nos minutos finais, mas suas notas 7.50 e 7.47 não foram suficientes para impedir a vitória do brasileiro. Para entrar no G-10 da WSL, Deivid Silva precisa chegar à final em Ericeira. Se vencer a etapa, pode alcançar até a quarta posição. Seu próximo adversário será o californiano Cole Houshmand, líder isolado do Challenger Series e já garantido no Championship Tour de 2024.
“Essa bateria foi bem difícil. O Dylan (Moffat) tem surfado muito bem aqui, mas fiquei bem tranquilo, sabendo que precisava de duas ondas boas e estou feliz que deu tudo certo”, disse Deivid Silva. “Agora tenho a chance de surfar mais um dia aqui. A previsão está boa, parece que o mar vai subir no fim de semana, vai dar altas ondas e estou feliz de poder competir mais aqui nesse lugar. Para mim, cada bateria que eu passo, é importante em termos de pontuação no ranking. Eu pretendo seguir em frente e é o meu sonho vencer aqui em Ribeira D´Ilhas”.
Devido ao horário local, a World Surf League só pôde finalizar metade das oitavas dos homens nesta sexta-feira. O quinto duelo, entre os brasileiros Mateus Herdy e Michael Rodrigues, fica para o fim de semana. Quem também aguarda a sua bateria é Luana Silva, brasileira que está nas quartas de final feminina e vai enfrentar a líder do ranking Sally Fitzgibbons.
Cole Houshmand é o próximo adversário de DVD. Foto: WSL / Masurel
O prazo para encerramento da prova até o domingo (8) e a previsão é de ondas pequenas no sábado, mas um swell com ótimas ondas está previsto para o último dia da janela de espera.
A próxima chamada acontece às 3:15h da madrugada (Brasília), para tentativa de início às 3:35h.
Existe possibilidade de, assim como nestes dois últimos dias, a WSL promover uma sequência de chamadas ao longo deste sábado, esperando o melhor momento do mar para ao menos finalizar as oitavas de final da categoria masculina e ter um cronograma mais enxuto no domingo.
Deivid Silva comemora a classificação para as quartas. Foto: WSL / Masurel
Oitavas de final da categoria masculina (próximas baterias)
5 Michael Rodrigues (BRA) x Mateus Herdy (BRA)
6 Jackson Bunch (HAW) x Imaikalani deVault (HAW)
7 Kade Matson (EUA) x Jake Marshall (EUA)
8 Jabe Swierkocki (EUA) x Jacob Wilcox (AUS)
Quartas de final do Masculino
1 Deivid Silva (BRA) x Cole Houshmand (EUA)
2 Dimitri Poulos (EUA) x Justin Becret (FRA)
3 vencedor da 5.a e 6.a baterias das Oitavas de Final
4 vencedor da 7.a e 8.a baterias das Oitavas de Final
Quartas de final do Feminino
1 Sally Fitzgibbons (AUS) x Luana Silva (BRA)
2 India Robinson (AUS) x Bronte Macaulay (AUS)
3 Alyssa Spencer (EUA) x Ellie Harrison (AUS)
4 Francisca Veselko (POR) x Zoe Benedetto (EUA)
Lexus Pipe Pro é paralisado por no mínimo dois dias devido à chegada de tempestade no Havaí. Foto: WSL / Tony Heff
O Lexus Pipe Pro, primeira etapa do Circuito Mundial da WSL, começou nesta quarta-feira (29) com a elite do surfe mundial entrando em ação nas ondas de Pipeline, no Havaí. No entanto, a organização já anunciou que o evento estará suspenso na quinta-feira (30) e sexta-feira (31) devido a uma forte tempestade que atingirá a região. A próxima chamada será feita apenas na sexta-feira à tarde para avaliar a possibilidade de retorno no sábado (1º).
As condições do mar no primeiro dia proporcionaram boas disputas, mas a previsão meteorológica aponta para ventos fortes e chuvas intensas, que levaram a organização a reforçar a segurança no evento. A WSL orientou equipes e atletas a protegerem seus equipamentos e reforçarem estruturas no local para minimizar os impactos da tempestade. Um alerta de ventos fortes e risco de enchentes está em vigor até pelo menos a manhã de sexta-feira.
Ian Gouveia desbanca John John Florence depois de levar 22 pontos no joelho. Foto: WSL / Tony Heff
Brasileiros no primeiro dia do Pipe Pro
Os brasileiros tiveram desempenhos variados na estreia do evento. Ian Gouveia foi um dos grandes destaques, vencendo sua bateria contra o atual campeão mundial John John Florence, mesmo após levar 22 pontos no joelho nos treinos. Filipe Toledo, de volta ao Tour da WSL depois de um ano sabático, também estreou com vitória e avançou direto ao Round 3.
Italo Ferreira avançou para o Round 3 em segundo lugar, ficando atrás do 11 vezes campeão mundial Kelly Slater. Edgard Groggia também garantiu sua classificação ao Round 3 após uma disputa acirrada com Yago Dora, avançando com uma diferença de apenas dois décimos entre eles. A bateria foi vencida pelo havaiano Seth Moniz.
João Chianca avançou em segundo lugar, atrás do francês Marco Mignot, e à frente do australiano Ryan Callinan.
Já Miguel Pupo, Deivid Silva e Alejo Muniz terminaram suas baterias em terceiro lugar e terão que disputar a repescagem para continuar no evento.
Italo Ferreira fica atrás de Kelly Slater, mas avança ao round 3 em Pipe. Foto: WSL / Bielmann
Destaques na categoria feminina
Na categoria feminina, a atual campeã mundial júnior da WSL, Luana Silva, chamada de última hora para substituir Stephanie Gilmore, estreou com vitória e garantiu vaga na fase seguinte. Na mesma bateria, Tatiana Weston-Webb ficou em segundo lugar, avançando ao lado de Luana, enquanto Sally Fitzgibbons terminou em terceiro e foi para a repescagem.
Com a pausa forçada pela tempestade, os surfistas terão mais tempo para estudar as condições e se prepararem para o retorno da competição. A expectativa é de que o mar continue oferecendo boas ondas quando o evento for retomado.
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Baterias da repescagem masculina – Pipe Pro 2025
1 – Griffin Colapinto (EUA), Deivid Silva (BRA), Eli Hanneman (HAW)
2 – Yago Dora (BRA), Alejo Muniz (BRA), Jackson Bunch (HAW)
3 – Ryan Callinan (AUS), Samuel Pupo (BRA), Joel Vaughan (AUS)
4 – Imaikalani deVault (HAW), Liam O’Brien (AUS), Miguel Pupo (BRA)
Lexus Pipe Pro deve ter as melhores condições da semana nesta quarta-feira, em Pipeline, Havaí. Foto: WSL
A primeira etapa do Circuito Mundial de Surf da World Surf League (WSL), o Lexus Pipe Pro, acontece em Pipeline, no North Shore da ilha de Oahu, Havaí. O período de espera começou na última segunda-feira (27) e vai até o dia 8 de fevereiro.
De acordo com informações obtidas pelo canal AOS Mídia, a organização do evento planeja iniciar as baterias nesta quarta-feira (29), às 15h (horário de Brasília). O cronograma prevê 12 baterias do round 1 masculino, seguidas de 4 baterias do round 1 feminino, caso as condições permitam. A próxima chamada será às 14h45.
Os próximos dias prometem uma mistura de condições para o surfe, com momentos de vento favorável e outros de mar mais desorganizado. Confira abaixo o detalhamento da previsão, com base no Surfline:
Quarta-feira, 29 de janeiro
Condição: Melhor vento e melhora na qualidade das ondas, embora ainda irregulares. Swell: Norte-Noroeste (NNW), com ondas de 4 a 6 pés plus, especialmente em Backdoor. Vento: Terral (Leste-Leste/Sudeste) de 5 a 10 nós, ajudando a limpar o mar.
Quinta-feira, 30 de janeiro
Condição: Volta do vento maral com chuva forte e ondas desorganizadas. Swell: Pequeno pela manhã (3 a 5 pés), crescendo para 5 a 8 pés no fim do dia. Vento: Sul/Sudoeste-Sudoeste (SSW-SW) de 15 a 22 nós, potencialmente com janela curta de vento sul pela manhã.
Sexta-feira, 31 de janeiro
Condição: Ondas desordenadas e vento maral, dificultando as condições. Swell: Mistura de oeste (W) com período curto e norte (N) médio, com ondas de 6 a 8 pés. Vento: oeste (W) de 10 a 15 nós, podendo aliviar no fim do dia.
Sábado, 1 de fevereiro
Condição: Leve melhora, mas ainda com qualidade baixa. Swell: Mistura de norte-nordeste (NNE) forte com noroeste (NW) de período menor, ondas de 5 a 8 pés em Pipe e Backdoor. Vento: Maral (N) de 8 a 12 nós.
Domingo, 2 de fevereiro
Condição: Melhor dia do fim de semana, com vento favorável e ondas consistentes. Swell: Predominante norte-nordeste (NNE), com pequenas sobras de noroeste (NW). Direita funcionando bem em Backdoor e Off the Wall, com ondas de 5 a 7 pés. Vento: Terral (ENE) de 10 a 14 nós, ajudando na formação das ondas.
Tendência para 3 a 5 de fevereiro
O período deve apresentar o melhor swell de noroeste (NW) da janela, com ondas de tamanho mediano e direção favorável. Entretanto, um possível swell de norte-nordeste (NNE) pode misturar a energia, e os ventos ainda geram incerteza, podendo variar entre nordeste (NE) – menos favorável – e leste-nordeste (ENE) – mais favorável.
Fique atento às atualizações para aproveitar ao máximo as melhores sessões de surfe!
Pipeline é mais favorecida por swells de oeste-noroeste (WNW). Foto: WSL
Localizados no North Shore da ilha de Oahu, no Havaí, os picos de Pipeline e Backdoor são duas das ondas mais famosas e desafiadoras do planeta. Essas ondas icônicas são diretamente influenciadas pela interação de fatores como direção do swell, período, batimetria e ventos predominantes. A seguir, entenda como essas variáveis criam as condições únicas desses picos, segundo informações do Surfline.
Pipeline é mais favorecida por swells de oeste-noroeste (WNW), entre 295° e 330°, especialmente aqueles com períodos médios a longos. Esses swells são gerados por tempestades no Pacífico Norte durante o inverno (outubro a abril), com o auge da consistência em dezembro, janeiro e fevereiro.
A batimetria local é fundamental para a formação da onda. O recife de Outer Log Cabins, que se estende a cerca de 18 metros de profundidade, refrata a energia dos swells, direcionando-a para o pico de Pipeline. Em swells de períodos longos, a refração é tão intensa que as ondas parecem vir diretamente do oeste, criando paredes tubulares perfeitas.
Ventos alísios de leste (ENE) ou sudeste (SE) são ideais para Pipeline, proporcionando condições de offshore (terral) que mantêm as ondas limpas e bem formadas.
O Backdoor funciona melhor em swells de noroeste (NW) a norte-noroeste (NNW). Foto: @WSL / Brent Bielmann
Backdoor: a desafiadora direita
Enquanto Pipeline é famosa por suas esquerdas, Backdoor é sua contraparte direita, funcionando melhor em swells de noroeste (NW) a norte-noroeste (NNW), entre 310° e 350°, com períodos médios a curtos. Nessas condições, as ondas atingem o recife de frente, criando picos mais rápidos e ocasionalmente perfeitos.
Backdoor é mais consistente no início e no final da temporada (outubro/novembro e março/abril), quando os swells tendem a ser mais nortes. Nesses casos, as ondas varrem o recife em ângulos que favorecem tubos rápidos e desafiadores, muitas vezes fechando abruptamente, o que aumenta o risco para os surfistas.
Fatores cruciais
Direção do swell: Pipeline funciona melhor com swells de WNW (295°-330°), enquanto Backdoor é favorecida por NW-NNW (310°-350°).
Período do swell: Longos períodos são ideais para Pipeline, enquanto Backdoor prefere períodos médios.
Batimetria: O formato do recife redireciona a energia dos swells para os picos, sendo determinante para a formação de tubos.
Ventos: Ventos de leste (ENE) e sudeste (SE) criam condições de offshore (terral) para ambas as ondas.
A combinação perfeita de fatores pode transformar Pipeline e Backdoor em cenários épicos, que desafiam os melhores surfistas do mundo e consolidam o North Shore como a Meca do surfe.